Radio Católica On-line

Homens a Luz de Deus.

Aleluia! Tu é abênçoado, e a sua Graça ja estar sendo preparada por Jesus, chegará em uma boa hora, pois ele conhece o teu coração e seus problemas, ele sofre com vc, ele se alegra com vc, mais aquele seu desejo, será agora atendido, espere que um anjo trará sua Graça, apenas agradeça ao Senhor e assim que receber, fale em seu pensamento. AMEM !

2010/12/13

BENTO XVI: A FÉ SE FORTALECE PELA PALAVRA DIVINA



Queridos Irmãos e Irmãs:

O Evangelho deste domingo do Segundo Advento (Mt 3, 1-12) nsa Apresenta uma Figura de São João Batista, o qua, Segundo UMA célebre Profecia de Isaías (cf. 40, 3), retirou-SE AO deserto da Judeia e, SUA Pregação com, instou o Povo um conversor-SE n º Estar Preparado par um iminente Vinda do Messias. São Gregório Magno Comentà Que João Batista "Prega uma reta e de Fe na forma de obras boas (...) Para quê uma Força da Graça penetre, a luz resplandeça da Verdade, OS Caminhos comeu Deus se endireitem e parágrafo Que nasçam Coração Pensamentos não epidêmico honestos uma Escuta da Palavra Que Guia Rumo Bem AO "( Hom. Evangelia em , XX, 3, IAC 141, 155). O precursor de Jesus, SITUADO ENTRE A Antiga eA Nova Aliança, e Como UMA estrela Que preceder uma saida do sol, de Cristo, Isto É, d'Aquele - Segundo outra Profecia de Isaías - Sobre o quali "ha de pousar o Espírito do Senhor, o Espírito de Sabedoria e Compreensão, o Espírito de Prudencia valentia e, Espírito de temor e Conhecimento do Senhor "( Is 11,2).

Não Tempo do Advento, SOMOS NÓS also Convidados um Escutar A Voz de Deus, Que ressoa no Deserto do Mundo Por Meio dos sagradas das Escrituras, especialmente quando São pregadas com uma Força do Espírito Santo. A Fé, de Fato, se Fortalece QUANTO SE Mais Deixa ILUMINAR Pela Palavra divina, POR "Tudo - Como recorda o apóstolo nsa Paulo - O Que outr'ora FOI Escrito (...) Instrução n. Nossa, Que Pará, Constância e Pela consolação Que nsa DAO como Escrituras, sejamos Firmes nd Esperança "( Rm 15,4). O Modelo da Escuta E a Virgem Maria: "Contemplando nd Mãe de Deus UMA Vida modelada Totalmente Pela Palavra, nsa also NOS-descobrimo chamados um ENTRAR sem Mistério da Fé, Pela VEM habitar Cristo qua nd Nossa Vida. Nsa Como recorda Santo Ambrósio CADA Cristão Que CRE, in Certo Sentido, in Gera e concebe SI MESMO o Verbo de Deus "(exortação Apostólica Verbum Domini , 28).
Queridos amigos, "Nossa Salvação se Baseia in UMA Vinda" Escreveu Romano Guardini ( La notte santa. Dall'Avvento all'Epifania, Brescia 1994, p. 13). "O Salvador Veio da Liberdade de Deus (...). ASSIM, a DECISÃO da Fé Consiste (...) in acolher Aquele Que se aproxima" (p. 14). "O Redentor - acrescenta - vem um Homem CADA: SUAS Alegrias e Tristezas in, Seu in Conhecimento Claro SUAS in e Tentacoes e Dúvidas, in Tudo O Que constitui SUA Natureza e Sua Vida" (p. 15).
A Nossa Senhora, in Cujo ventre morou o Filho do Altissimo e Que nd Próxima Quarta-Feira, 8 de Dezembro, celebraremos nd solenidade da Imaculada Conceição, pedimos Que nsa sustente Neste Caminho especial, parágrafo Fé acolher com amor e com um Vinda do Senhor .

[Depois do Ângelus, Disse:]

Neste tempo do Advento, não qua Somos Convidados À Espera Nossa Alimentar do Senhor EA Acolhe-lo sem Meio de Nós, convido-vos uma TODAS Por Rezar como Situações de Violência, de intolerância, existem de Sofrimento Que nenhum Mundo, Para quê um Vinda Traga Consolo de Jesus, reconciliação e paz. Situações Difíceis NAS Penso muitas, Como OS contínuos atentados ocorridos nenhuma Iraque contra muçulmanos e cristãos, nsa embates do Egito, in Mortos Que houve feridos e, NAS vitimas de Criminosos e traficantes, Como ASSIM nenhum drama dos sequestrados da Eritreia e de OUTRAS Nacionalidades, no Deserto do Sinai. O Respeito EAo Direitos de Todos e par o Requisito uma convivência cívica. Que A Nossa Oração AO Senhor e Nossa Solidariedade possam Levar Esperança EAo Que se encontram in Sofrimento.

[Tradução: Aline Banchieri.

2010/11/17

Sexta-feira Santa

Juventude e Família Missão é uma organização internacional de Movimento Regnum Christi, formado por jovens famílias católicas, que procura trabalhar com os pastores da Igreja na Nova Evangelização da sociedade através da atividade missionária, por mandato de Cristo: " Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho "(Mc 16, 15)

Pregacao de Marcio Todeschini - Kairos em Londres

Kairos 2011Realizacao: Grupo de Amigos da Cancao Nova Londres

Canto dos Cartuxos

Canto dos Cartuxos, que é uma forma de canto gregoriano.
Cartuxos não utilizam qualquer instrumento musical que é utilizado em algumas comunidades trapistas e comunidades beneditinas. O canto gregoriano dos Cartuxos tem sua própria tradição.


PREGAÇÃO PE.RUFUS PEREIRA - O AMOR E PERSONALIDADE DE DEUS DIA 13 NOVEMBRO DE 2010

PE. RUFUS VEM FALA AQUI SOBRE O AMOR DE DEUS UMA PREGAÇÃO MARAVILHOSA TENHA VOCÊ TAMBÉM ESTAEXPERIÊNCIA

Natal no King's College (Inglaterra)

2010/11/04

PAPA CONVIDA A DEIXAR JESUS “ENTRAR NAS CONSCIÊNCIAS”

Dedica sua catequese a Santa Margarida de Oingt


O cristão deve deixar que Jesus entre em sua consciência e ilumine as sujeiras e erros que há nela. Esta é a mensagem que Santa Margarida de Oingt nos transmite ainda hoje, segundo o Papa, que dedicou a ela sua catequese.
Dentro do seu ciclo de autores cristãos medievais, que desde o começo do curso está dedicando a mulheres, o Papa apresentou hoje esta monja francesa pertencente à Cartuxa, aos milhares de peregrinos reunidos na Sala Paulo VI.
Desta autora mística de origem nobre, que viveu no século XIII, há poucos dados biográficos, mas em seus escritos espirituais ela fala do seu próprio caminho de purificação interior, até chegar a ter profundas experiências místicas.
"À primeira vista, esta figura cartusiana medieval, como toda a sua vida, seu pensamento, parecem muito distantes de nós, da nossa vida, da nossa forma de pensar e agir", reconheceu o Papa.
Mas acrescentou: "Se observarmos o essencial desta vida, veremos que também nos diz respeito e que deveria ser tão essencial também em nossa própria existência".
Margarida "concebeu o Senhor como um livro, fixou seu olhar no Senhor, considerando-O como um espelho no qual aparece também sua própria consciência. E a partir deste espelho, entrou luz em sua alma".
Para o Papa, o mérito desta mulher foi que "deixou entrar a palavra, a vida de Cristo, seu próprio ser e assim foi transformada; sua consciência foi iluminada, encontrou critérios, luz e foi purificada".
Cada dia, desde a manhã, "Margarida se dedica ao estudo deste livro. E, quando o observou bem, começa a ler o livro em sua própria consciência, que mostra as falsidades e as mentiras da sua própria vida".
E realizava isso "para fazer que cada dia sua existência estivesse marcada pela confrontação com as palavras e ações de Jesus, com o Livro da vida d'Ele".
"É precisamente disso que nós precisamos: deixar entrar as palavras, a vida, a luz de Cristo em nossa consciência, para que seja iluminada, para que compreenda o que é verdadeiro e bom e o que é mau; que seja iluminada e purificada a nossa consciência."
A sujeira, advertiu, "não está somente nas ruas do mundo. Há lixo também nas nossas consciências e nas nossas almas".
"Só a luz do Senhor, sua força e seu amor é o que nos limpa, nos purifica e nos conduz no caminho reto."
O Papa concluiu exortando os presentes a seguirem a santa "neste olhar dirigido a Jesus. Leiamos no livro da sua vida, deixemo-nos iluminar e limpar, para aprender a vida verdadeira".

BRASIL GANHA UMA NOVA BEATA NESTE SÁBADO



Madre Bárbara Maix, fundadora das Irmãs do Imaculado Coração de Maria

A fundadora da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, Bárbara Maix, será beatificada neste sábado, dia 6 de novembro, em Porto Alegre (Rio Grande do Sul - Brasil).
A cerimônia será presidida pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Dom Ângelo Amato. A missa será no Ginásio Gigantinho e terá transmissão ao vivo da TV Canção Nova a partir das 13h30.
O Vaticano havia confirmado no mês de maio a beatificação. Segundo a congregação informa em sua página na internet, as religiosas da família do Imaculado Coração de Maria vivem com “júbilo e alegria” este momento.
“Bárbara Maix viveu as Virtudes Teologais e Cardinais de forma heróica, evangélica, no mais alto grau, sendo apresentada como modelo de vida e virtudes da fé cristã para os tempos atuais”, destacam as religiosas.
Em março, Bento XVI autorizara a publicação do Decreto do milagre atribuído à intercessão da fundadora. Trata-se da cura prodigiosa de um menino, Onorino Ecker, que em julho de 1944 ficou completamente curado após sofrer queimaduras de terceiro grau quando lhe sobreveio uma panela de água fervente que estava em uma fogueira. O garoto brincava quando o acidente aconteceu.
Bárbara Maix nasceu em Viena (Áustria) no dia 27 de junho de 1818 e faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de março de 1873.
A perseguição às Ordens Religiosas movida pela revolução de 1848, que tinha como base a Revolução Francesa, fez com que Bárbara Maix e outras 21 companheiras fossem expulsas do país.
As jovens pretendiam se estabelecer na América do Norte, porém enquanto aguardavam no Porto de Hamburgo um navio que as transportasse para esse país, aportou um barco com destino ao Brasil, no que Bárbara compreendeu ser “a vontade de Deus”.
Legado Segundo Irmã Marlise Handges, diretora geral da Congregação, a beatificação é oportunidade da mais ampla divulgação do legado deixado pela fundadora.
“Será um revigoramento para toda a Congregação, levando-nos a buscar na fonte original a força dinamizadora para darmos continuidade a esta obra que, conforme Bárbara afirmou, é de Deus.”
“À medida que a Congregação foi conhecendo mais a vida da Fundadora, sua missão, seus escritos, foi percebendo que não poderia reter esta riqueza de vida apenas para si.”
“Era preciso que o seu exemplo fosse divulgado, para que outras pessoas pudessem se inspirar e perceber que a doação da vida, apesar dos sofrimentos, vale a pena e que leva à verdadeira realização”, afirmou.
Em artigo de imprensa divulgado nesta quinta-feira, o arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, afirma que a beatificação da religiosa “coroa os festejos dos 100 anos da Província Eclesiástica do Rio Grande do Sul. Mostra que a finalidade da Igreja é a santificação”.
“A obra de Bárbara Maix inscreve-se nos grandes monumentos de solidariedade de nossa região. Atua, pelas irmãs de sua Congregação, no campo da educação, da saúde, da caridade.”
“Merece nosso respeito e, por assim dizer, a entrega que lhe é conferida do título de cidadã do céu. Ela está certamente junto de Deus. Continua atuando junto de nós, especialmente junto e através das irmãs do Imaculado Coração de Maria”, afirma o arcebispo.
Beata
Até a beatificação, um longo caminho foi percorrido. Em 1993, em Porto Alegre, abriu-se o processo diocesano sobre a vida, virtudes e fama de santidade de Madre Bárbara.
Em 1997, o processo foi aberto na Congregação das Causas dos Santos. No dia 3 de julho de 2008, Bento XVI autorizou a publicação do Decreto referente às virtudes heróicas da religiosa, que a partir desse momento passou a ser Venerável na Igreja.
Já no dia 22 de abril de 2009, o Congresso dos Teólogos reconheceu por unanimidade ser milagre a cura de Onorino Ecker, obtida pela intercessão da serva de Deus.
A Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria é presença no Brasil e em mais oito países: Argentina, Estados Unidos, Paraguai, Venezuela, Moçambique, Bolívia, Itália e Haiti.
A sede geral da congregação está estabelecida em Porto Alegre, com a atuação das irmãs em todo o Rio Grande do Sul, nas áreas de educação, saúde, ação social e animação missionária.

Pio XII: documentário biográfico

Filme: Jacó - o homem que lutou com Deus



Este filme traz a história de personalidades marcantes do livro do Gênesis. Perdão, fé, luta do povo, amor fraterno e desígnios de Deus são alguns temas que você pode conferir em Jacó: O Homem que Lutou com Deus. Histórias para quem deseja caminhar com fé no dia-a-dia.

Filme: Davi e Golias - 1960



O Rei Saul, rei dos israelitas, está enfrentando uma guerra contra os filisteus sobre a posse do Arco da Aliança. Saul ouviu de seus profetas que haverá um novo rei, tomando seu lugar em seu trono. Na forma de um jovem pastor chamado Davi. Enquanto isso, Davi veio para conhecer o exército israelita para arranjar suprimentos para seu irmão e desccobre a presença de Golias, um soldado filisteu de quase três metros de altura que desafiou qualquer homem do exército israelista para uma batalha homem a homem para decidir quem ganharia a guerra.

FÁTIMA - Oração do Rosário e procissão das velas





300,000 peregrinos rezam Rosário vigília à luz de velas com o Papa Bento XVI em Portugal. Capelinha das Aparições de Fátima

Videoclipe Precisamos de Santos - João Paulo II

2010/10/23

EQUADOR: PAPA PEDE QUE SE GARANTA ENSINO RELIGIOSO NAS ESCOLAS

Ao receber o novo embaixador do país na Santa Sé

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 22 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - O Papa defendeu o direito ao ensino religioso escolar no Equador, que a lei prevê também nos colégios do Estado, assim como o respeito à identidade e autonomia das instituições educativas católicas.
Ele o fez hoje, ao receber no Vaticano o novo embaixador do Equador na Santa Sé, Luis Dositeo Latorre Tapia, por ocasião da apresentação das suas cartas credenciais.
"Os pais têm de contar com que a liberdade de educação seja promovida também nas instituições docentes estatais, para as quais a legislação continuará garantindo o ensino religioso escolar dentro da grade curricular correspondente aos fins próprios da escola enquanto tal."
Também destacou que "a autoridade pública deve garantir o direito que assiste os pais, tanto de formar seus filhos segundo suas próprias convicções religiosas e critérios éticos, como de fundar e sustentar instituições docentes".
Bento XVI recordou ao embaixador que "uma das grandes metas que vossos concidadãos se propuseram foi a de conseguir uma ampla reforma do sistema educativo".
E acrescentou que "a identidade mais profunda da escola e da universidade não se esgota na mera transmissão de dados ou informações úteis, mas responde à vontade de infundir nos alunos o amor à verdade, que os conduza àquela maturidade pessoal com que deverão exercer seu papel de protagonistas do desenvolvimento social, econômico e cultural do país".
Promoção do desenvolvimento
Em um sentido mais amplo, recordou "quantos benefícios a fé católica pode oferecer à promoção de todas aquelas iniciativas que dignificam a pessoa e aperfeiçoam a sociedade".
Também indicou que a comunidade eclesial "colabora com o esforço que as autoridades equatorianas vêm levando a cabo nestes últimos anos para redescobrir os alicerces da própria convivência democrática, fortalecer o Estado de direito e dar um novo impulso à solidariedade e à fraternidade".
E confessou que reza para "que o bem comum prevaleça sobre os interesses de partido ou classe; para que o imperativo ético seja ponto de referência obrigatório de todo cidadão; para que a riqueza seja equitativamente distribuída; e para que os sacrifícios sejam compartilhados por igual".
Pessoa: alma e corpo
Em referência à realidade do Equador, destacou sua "riqueza de raras belezas paisagísticas" e "o leque de qualidades que enfeitam os equatorianos, gente hospitaleira e empreendedora, que reconhece que não há progresso justo nem bem comum universal sem o bem espiritual e moral das pessoas, consideradas em sua totalidade de alma e corpo".
E sobre este aspecto, recordou que "a história ensina que o desconhecimento ou a tergiversação desta verdade sobre o homem é frequentemente o pórtico de injustiças e totalitarismos".
Segundo o Papa, a justiça social "não poderá se afirmar a não ser a partir do apoio e da proteção, também em termos jurídicos e econômicos, da célula original da sociedade, que não é outra senão a família estabelecida sobre a união matrimonial de um homem com uma mulher", continuou.
E acrescentou: "De fundamental transcendência também serão aqueles programas destinados a erradicar o desemprego, a violência, a impunidade, o analfabetismo e a corrupção".
Função dos pastores
Finalmente, afirmou que, "na consecução destes nobres objetivos, os pastores da Igreja são conscientes de que não devem entrar no debate político (...), mas tampouco podem nem devem permanecer neutros diante dos grandes problemas ou aspirações do ser humano, nem ser indiferentes na hora de lutar pela justiça", reconheceu.
"Com o devido respeito à pluralidade de opções legítimas - destacou -, seu papel consiste em iluminar, com o Evangelho e a Doutrina Social da Igreja, as mentes e as vontades dos fiéis, para que escolham com responsabilidade as decisões encaminhadas ‘a construção de uma sociedade mais harmônica e ordenada."

2010/10/09

Os Sete Pecados Capitais: A Soberba

Os Sete Pecados Capitais: A Gula

Os Sete Pecados Capitais: A Preguiça

Os Sete Pecados Capitais - A Inveja

Os Sete Pecados Capitais - A Avareza

Os Sete Pecados Capitais - A Luxúria

Os Sete Pecados Capitais - A Ira

A Cruz e o Punhal

MISSA TRIDENTINA - Completa

TALITA KUM

A ponte. (Emocionante) - Um dos melhores vídeos que já recebi!

BENTO XVI: A IGREJA É A JUVENTUDE DO MUNDO



Visita “ad limina” dos bispos do Rio de Janeiro

CASTEL GANDOLFO, segunda-feira, 27 de setembro de 2010 (ZENIT.org) - Publicamos, a seguir, o discurso que o Papa Bento XVI dirigiu no sábado passado aos bispos do Regional Leste 1 do Brasil, a quem recebeu na Sala do Consistório do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, por ocasião da visita ad limina apostolorum.

* * *

Venerados Irmãos no Episcopado,

Dou-vos as boas-vindas, feliz por receber-vos a todos no curso da visita ad limina Apostolorum que estais fazendo em nome e a favor das vossas dioceses do Regional Leste 1, para reforçar os laços que as unem ao Sucessor de Pedro. Disto mesmo se fez eco Dom Rafael Cifuentes nas palavras de saudação que me dirigiu em vosso nome e que lhe agradeço, muito apreciando as preces que dia a dia se elevam ao Céu por mim e pela Igreja inteira das várias comunidades familiares, paroquiais, religiosas e diocesanas das províncias eclesiásticas do Rio de Janeiro e de Niterói. Sobre todos e cada um desça, radiosa, a benevolência do Senhor: Ele «faça brilhar sobre ti a sua face, e Se compadeça de ti. O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz» (Nm 6, 25-26).
Sim, amados Irmãos, o fulgor de Deus irradie de todo o vosso ser e vida, à semelhança de Moisés (cf. Ex 34, 29.35) e mais do que ele, pois agora todos nós «refletimos a glória do Senhor e, segundo esta imagem, somos transformados, de glória em glória, pelo Espírito do Senhor» (2 Cor 3, 18). Assim o sentiam os Padres conciliares quando, no fim do Vaticano II, apresentam a Igreja nestes termos: «Rica de um longo passado sempre vivo, e caminhando para a perfeição humana no tempo e para os destinos últimos da história e da vida, ela é a verdadeira juventude do mundo. (...) Olhai-a e encontrareis nela o rosto de Cristo, o verdadeiro herói, humilde e sábio, o profeta da verdade e do amor, o companheiro e o amigo dos jovens» (Mensagem do Concílio à humanidade: Aos jovens). Deixando transparecer o rosto de Cristo, a Igreja é a juventude do mundo.
Mas será muito difícil convencer alguém disso mesmo, se não se revê nela a geração jovem de hoje. Por isso, como certamente vos destes conta, um tema habitual nos meus colóquios convosco é a situação dos jovens na respectiva diocese. Confiado na providência divina que amorosamente preside aos destinos da história não cessando de preparar os tempos futuros, apraz-me ver raiar o dia de amanhã nos jovens de hoje. Já o Venerável Papa João Paulo II, vendo Roma tornar-se «jovem com os jovens» no ano 2000, saudou-os como «as sentinelas da manhã» (Carta ap. Novo millennio ineunte, 9; cf. Homilia na Vigília de Oração da XV Jornada Mundial da Juventude, 19/VIII/2000, 6), com a tarefa de despertar os seus irmãos para se fazerem ao largo no vasto oceano do terceiro milênio. E, a comprová-lo, para além do mais aflui à memória a imagem das longas filas de jovens que esperavam para se confessar no Circo Máximo e que voltaram a dar a muitos sacerdotes a confiança no sacramento da Penitência.
Como bem sabeis, amados Pastores, o núcleo da crise espiritual do nosso tempo tem as suas raízes no obscurecimento da graça do perdão. Quando este não é reconhecido como real e eficaz, tende-se a libertar a pessoa da culpa, fazendo com que as condições para a sua possibilidade nunca se verifiquem. Mas, no seu íntimo, as pessoas assim «libertadas» sabem que isso não é verdade, que o pecado existe e que elas mesmas são pecadoras. E, embora algumas linhas da psicologia sintam grande dificuldade em admitir que, entre os sentidos de culpa, possa haver também os devidos a uma verdadeira culpa, quem for tão frio que não prove sentimentos de culpa nem sequer quando deve, procure por todos os meios recuperá-los, porque no ordenamento espiritual são necessários para a saúde da alma. De fato Jesus veio salvar, não aqueles que já se libertaram por si mesmos pensando que não têm necessidade d'Ele, mas quantos sentem que são pecadores e precisam d'Ele (cf. Lc 5, 31-32).
A verdade é que todos nós temos necessidade d'Ele, como Escultor divino que remove as incrustações de pó e lixo que se pousaram sobre a imagem de Deus inscrita em nós. Precisamos do perdão, que constitui o cerne de toda a verdadeira reforma: refazendo a pessoa no seu íntimo, torna-se também o centro da renovação da comunidade. Com efeito, se forem retirados o pó e o lixo que tornam irreconhecível em mim a imagem de Deus, torno-me verdadeiramente semelhante ao outro, que é também imagem de Deus, e sobretudo torno-me semelhante a Cristo, que é a imagem de Deus sem defeito nem limite algum, o modelo segundo o qual todos nós fomos criados. São Paulo exprime isto de modo muito concreto: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gl 2, 20). Sou arrancado ao meu isolamento e acolhido numa nova comunidade-sujeito; o meu «eu» é inserido no «eu» de Cristo e assim é unido ao de todos os meus irmãos. Somente a partir desta profundidade de renovação do indivíduo é que nasce a Igreja, nasce a comunidade que une e sustenta na vida e na morte. Ela é uma companhia na subida, na realização daquela purificação que nos torna capazes da verdadeira altura do ser homens, da companhia com Deus. À medida que se realiza a purificação, também a subida - que no princípio é árdua - vai-se tornando cada vez mais jubilosa. Esta alegria deve transparecer cada vez mais da Igreja, contagiando o mundo, porque ela é a juventude do mundo.
Venerados irmãos, uma tal obra não pode ser realizada com as nossas forças, mas são necessárias a luz e a graça que provêm do Espírito de Deus e agem no íntimo dos corações e das consciências. Que elas vos amparem a vós e às vossas dioceses na formação das mentes e dos corações. Levai a minha saudação afetuosa aos vossos jovens e respectivos animadores sacerdotais, religiosos e laicais. Ergam o olhar para a Imaculada Conceição, Nossa Senhora Aparecida, a cuja proteção vos entrego, e de coração concedo-vos, extensiva a todos os vossos fiéis diocesanos, a Bênção Apostólica.

CATEQUESE DO PAPA: CLARA DE ASSIS, ESPOSA DE CRISTO



Palavras do pontífice na audiência geral desta quarta-feira

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 15 de setembro de 2010 (ZENIT.org) – Apresentamos a seguir a catequese que o Papa Bento XVI dirigiu nesta quarta-feira aos peregrinos reunidos na Sala Paulo VI, no Vaticano, para a audiência geral.

* * *

Caros irmãos e irmãs,
uma das santas mais amadas é, sem dúvida, Santa Clara de Assis, que viveu no século XIII, contemporânea de São Francisco. Seu testemunho mostra-nos o quanto a Igreja deve a mulheres corajosas e ricas na fé como ela, capazes de dar um impulso decisivo para a renovação da Igreja.
Quem foi então Clara de Assis? Para responder a esta pergunta, temos fontes seguras, não apenas as antigas biografias, como a de Tomás de Celano, mas também os autos do processo de canonização promovido Papa já pouco depois da morte de Clara e que contêm o testemunho dos que viveram ao seu lado por muito tempo.
Nascida em 1193, Clara pertencia a uma família aristocrática e rica. Renunciou à nobreza e à riqueza para viver pobre e humilde, adotando a forma de vida que Francisco de Assis propunha. Apesar de seus pais planejarem um casamento com algum personagem de relevo, Clara, aos 18 anos, com um gesto audaz, inspirado pelo profundo desejo de seguir a Cristo e pela admiração por Francisco, deixou a casa paterna e, em companhia de uma amiga sua, Bona di Guelfuccio, uniu-se secretamente aos frades menores junto da pequena igreja da Porciúncula. Era a tarde de Domingo de Ramos de 1211. Na comoção geral, realizou-se um gesto altamente simbólico: enquanto seus companheiros tinham nas mãos tochas acesas, Francisco cortou-lhe os cabelos e Clara vestiu o hábito penitencial. A partir daquele momento, tornava-se virgem esposa de Cristo, humilde e pobre, e a Ele totalmente se consagrava. Como Clara e suas companheiras, inumeráveis mulheres no curso da história ficaram fascinadas pelo amor de Cristo que, na beleza de sua Divina Pessoa, preencheu seus corações. E a Igreja toda, através da mística vocação nupcial das virgens consagradas, demonstra aquilo que será para sempre: a Esposa bela e pura de Cristo.
Em uma das quatro cartas que Clara enviou a Santa Inês de Praga, filha do rei da Bohemia, que queria seguir seus passos, ela fala de Cristo, seu amado esposo, com expressões nupciais, que podem surpreender, mas que comovem: "Amando-o, és casta, tocando-o, serás mais pura, deixando-se possuir por ele, és virgem. Seu poder é mais forte, sua generosidade, mais elevada, seu aspecto, mais belo, o amor mais suave e toda graça. Agora tu estás acolhida em seu abraço, que ornou teu peito com pedras preciosas... e te coroou com uma coroa de ouro gravada com o selo da santidade" (Lettera prima: FF, 2862).
Sobretudo no início de sua experiência religiosa, Clara teve em Francisco de Assis não só um mestre a quem seguir os ensinamentos, mas também um amigo fraterno. A amizade entre estes dois santos constitui um aspecto muito belo e importante. Efetivamente, quando duas almas puras e inflamadas do mesmo amor por Deus se encontram, há na amizade recíproca um forte estímulo para percorrer o caminho da perfeição. A amizade é um dos sentimentos humanos mais nobres e elevados que a Graça divina purifica e transfigura. Como São Francisco e Santa Clara, outros santos vivenciaram uma profunda amizade no caminho para a perfeição cristã, como São Francisco de Sales e Santa Giovanna de Chantal. O próprio São Francisco de Sales escreve: “é belo poder amar na terra como se ama no céu, e aprender a amar-nos neste mundo como faremos eternamente no outro. Não falo aqui de simples amor de caridade, porque este devemos tê-lo todos os homens; falo do amor espiritual, no âmbito do qual, duas, três, quatro ou mais pessoas compartilham devoção, afeto espiritual e tornam-se realmente um só espírito” (Introduzione alla vita devota III, 19).
Após ter transcorrido um período de alguns meses em outras comunidades monásticas, resistindo às pressões de seus familiares que no início não aprovavam sua escolha, Clara se estabeleceu com suas primeiras companheiras na igreja de São Damião, onde os frades menores tinham preparado um pequeno convento para elas. Nesse mosteiro, viveu durante mais de quarenta anos, até sua morte, ocorrida em 1253. Chegou-nos uma descrição de primeira mão de como estas mulheres viviam naqueles anos, nos inícios do movimento franciscano. Trata-se do informe cheio de admiração de um bispo flamengo em visita à Itália, Santiago de Vitry, que afirma ter encontrado um grande número de homens e mulheres, de toda classe social, que, “deixando tudo por Cristo, escapavam ao mundo. Chamavam-se frades menores e irmãs menores e são tidos em grande consideração pelo senhor Papa e pelos cardeais... As mulheres... moram juntas em diferentes abrigos não distantes das cidades. Não recebem nada; vivem do trabalho de suas mãos. E lhes dói e preocupa profundamente que sejam honradas mais do que gostariam, por clérigos e leigos” (Carta de outubro de 1216: FF, 2205.2207).
Santiago de Vitry tinha captado com perspicácia um traço característico da espiritualidade franciscana, a que Clara foi muito sensível: a radicalidade da pobreza associada à confiança total na Providência divina. Por este motivo, ela atuou com grande determinação, obtendo do Papa Gregório IX ou, provavelmente, já do Papa Inocêncio III, o chamado Privilegium Paupertatis (cfr FF, 3279). Em base a este, Clara e suas companheiras de São Damião não podiam possuir nenhuma propriedade material. Tratava-se de uma exceção verdadeiramente extraordinária em relação ao direito canônico vigente, e as autoridades eclesiásticas daquele tempo o concederam apreciando os frutos de santidade evangélica que reconheciam na forma de viver de Clara e de suas irmãs. Isso demonstra também que nos séculos medievais, o papel das mulheres não era secundário, mas considerável. A propósito disso, é oportuno recordar que Clara foi a primeira mulher da história da Igreja que compôs uma Regra escrita, submetida à aprovação do Papa, para que o carisma de Francisco de Assis se conservasse em todas as comunidades femininas que iam se estabelecendo em grande número já em seus tempos, e que desejavam se inspirar no exemplo de Francisco e Clara.
No convento de São Damião, Clara praticou de modo heróico as virtudes que deveriam distinguir cada cristão: a humildade, o espírito de piedade e de penitência, a caridade. Ainda sendo a superiora, ela queria servir em primeira pessoa as irmãs enfermas, submetendo-se também a tarefas muito humildes: a caridade, de fato, supera toda resistência e quem ama realiza todo sacrifício com alegria. Sua fé na presença real da Eucaristia era tão grande que em duas ocasiões se comprovou um fato prodigioso. Só com a ostensão do Santíssimo Sacramento, afastou os soldados mercenários sarracenos, que estavam a ponto de agredir o convento de São Damião e de devastar a cidade de Assis.
Também esse episódio, como outros milagres, dos quais se conservava memorial, levaram o Papa Alexandre IV a canonizá-la só dois anos depois de sua morte, em 1255, traçando um elogio a ela na Bula de canonização, onde lemos: “Quão vívida é a força desta luz e quão forte é a claridade desta fonte luminosa. Na verdade, esta luz estava fechada no esconderijo da vida de clausura, e fora irradiava esplendores luminosos; recolhia-se em um pequeno monastério, e fora se expandia por todo vasto mundo. Guardava-se dentro e se difundia fora. Clara, de fato, se escondia; mas sua vida se revelava a todos. Clara calava, mas sua fama gritava” (FF, 3284). E é precisamente assim, queridos amigos: são os santos que mudam o mundo para melhor, transformam-no de forma duradoura, injetando-lhe as energias que só o amor inspirado pelo Evangelho pode suscitar. Os santos são os grandes benfeitores da humanidade!
A espiritualidade de Santa Clara, a síntese de sua proposta de santidade está recolhida na quarta carta a Santa Inês de Praga. Santa Clara utiliza uma imagem muito difundida na Idade Média, de ascendências patrísticas, o espelho. E convida sua amiga de Praga a se olhar no espelho da perfeição de toda virtude, que é o próprio Senhor. Escreve: “feliz certamente aquela a quem se lhe concede gozar desta sagrada união, para aderir com o profundo do coração [a Cristo], àquele cuja beleza admiram incessantemente todas as beatas multidões dos céus, cujo afeto apaixona, cuja contemplação restaura, cuja benignidade sacia, cuja suavidade preenche, cuja recordação resplandece suavemente, a cujo perfume os mortos voltarão à vida e cuja visão gloriosa fará bem-aventurados todos os cidadãos da Jerusalém celeste. E dado que ele é esplendor da glória, candura da luz eterna e espelho sem mancha, olhe cada dia para este espelho, ó rainha esposa de Jesus Cristo, e perscruta nele continuamente teu rosto, para que possas te adornar assim toda por dentro e por fora... neste espelho resplandecem a bem-aventurada pobreza, a santa humildade e a inefável caridade” (Quarta carta: FF, 2901-2903).
Agradecidos a Deus que nos dá os santos, que falam ao nosso coração e nos oferecem um exemplo de vida cristã a imitar, gostaria de concluir com as mesmas palavras de benção que Santa Clara compôs para suas irmãs e que ainda hoje as Clarissas, que desempenham um precioso papel na Igreja com sua oração e com sua obra, custodiam com grande devoção. São expressões das que surge toda a ternura de sua maternidade espiritual: “Bendigo-vos em minha vida e depois de minha morte, como posso e mais de quanto posso, com todas as bênçãos com as que o Pai de misericóridas abençoa e abençoará no céu e na terra seus filhos e filhas, e com as quais um pai e uma mãe espiritual abençoa e abençoará seus filhos e filhas espirituais. Amém” (FF, 2856).
[Traduzido por ZENIT. Ao final da audiência, o Papa saudou os peregrinos em diferentes idiomas. Estas foram suas palavras em português:]
Clara de Assis foi um verdadeiro clarão luminoso que brilhou na Idade Média, sendo uma das santas mais amadas pelo povo cristão. Seu profundo desejo de seguir Cristo e sua amizade fraterna e grande admiração por São Francisco de Assis a inspirou a deixar a vida aristocrática e rica da sua casa paterna para consagrar-se inteiramente a Cristo, pobre e humilde. Temos aqui um exemplo de como a amizade é um dos sentimentos humanos mais nobres e elevados, que a graça divina purifica e transfigura. Decidida a viver uma pobreza radical associada com uma confiança total na providência divina, conseguiu obter um privilégio papal para que, no seu convento de São Damião, ninguém possuísse qualquer propriedade material. Brilhou pela prática heróica da virtude da humildade, servindo a todas as irmãs com alegria, e pela sua grande fé na Eucaristia. Pela sua grande fama de santidade, foi canonizada somente dois anos após a sua morte.

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A minha saudação a todos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente para os grupos vindos do Brasil e para os fiéis da Torreira e da diocese da Guarda, em Portugal. Que a graça de Deus, pela intercessão de Santa Clara, fortaleça a vossa vida para mostrardes a todos a felicidade que é amar Jesus Cristo. De coração, dou-vos a minha Bênção, extensiva às vossas famílias e comunidades.

CATEQUESE DO PAPA: SANTA GERTRUDES A GRANDE



Intervenção na audiência geral de hoje

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 6 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.

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Queridos irmãos e irmãs:

Santa Gertrudes a Grande, sobre quem eu gostaria de vos falar hoje, leva-nos também ao mosteiro de Helfta esta semana; lá nasceram algumas das obras-primas da literatura religiosa feminina latino-germânica. A esse mundo pertence Gertrudes, uma das místicas mais famosas, única mulher da Alemanha que tem o apelativo de "a Grande", por sua estatura cultural e evangélica: com a sua vida e seu pensamento, ela incidiu de forma singular na espiritualidade cristã. É uma mulher excepcional, dotada de talentos naturais particulares e de extraordinários dons da graça, de profundíssima humildade e ardente zelo pela salvação do próximo, de íntima comunhão com Deus na contemplação e disponibilidade para socorrer os necessitados.
Em Helfta se compara, por assim dizer, sistematicamente com sua mestra, Matilde de Hackeborn, de quem falei na audiência da última quarta-feira; entra em relação com Matilde de Magdeburgo, outra mística medieval; e cresce sob o cuidado maternal, doce e exigente da abadessa Gertrudes. Destas três irmãs suas, adquire tesouros de experiência e sabedoria; e os elabora em uma síntese própria, percorrendo seu itinerário religioso com confiança ilimitada no Senhor. Expressa a riqueza da espiritualidade não somente em seu mundo monástico, mas também - e sobretudo - no mundo bíblico, litúrgico, patrístico e beneditino, com um selo personalíssimo e com grande eficácia comunicativa.

Ela nasceu em 6 de janeiro de 1256, festa da Epifania, mas não se sabe nada sobre seus pais nem sobre o lugar de nascimento. Gertrudes escreve que o próprio Senhor lhe revela o sentido desse primeiro desapego seu; afirma que o Senhor teria dito: "Eu a escolhi como minha morada e me alegro porque tudo que há de belo nela é obra minha (...). Precisamente por esta razão, afastei-a de todos os seus parentes, para que ninguém a amasse por motivo de consanguinidade e eu fosse a única razão do afeto que a move" (As revelações, I, 16, Sena, 1994, p. 76-77).
Aos 5 anos, em 1261, entrou no mosteiro, como era costume naquela época, para a formação e o estudo. Lá transcorreu toda a sua existência, da qual ela mesma indica as etapas mais significativas. Em suas memórias, recorda que o Senhor a preservou com paciência generosa e infinita misericórdia, esquecendo dos anos de sua infância, adolescência e juventude, transcorridos - escreve - "em tal cegueira de mente, que eu teria sido capaz (...) de pensar, dizer ou fazer, sem nenhum remorso, o que me desse vontade, aonde quer que fosse, se Tu não tivesses me preservado, seja com um horror inerente pelo mal e uma natural inclinação ao bem, seja com a vigilância externa dos demais. Eu teria me comportado como uma pagã (...) e isso mesmo Tu querendo que, desde a infância, desde o meu quinto ano de idade, eu habitasse no santuário abençoado da religião, para ser educada entre os teus amigos mais devotos" (Ibid., II, 23 140s).

Gertrudes foi uma estudante extraordinária, aprendeu tudo o que podia aprender das ciências do Trívio e do Quadrívio; era fascinada pelo saber e se dedicou ao estudo profano com ardor e tenacidade, conseguindo êxitos escolares muito além de toda expectativa. Se não sabemos nada sobre suas origens, ela contou muito sobre suas paixões juvenis: a literatura, a música, o canto e a arte da miniatura a cativaram. Tinha um caráter forte, decidido, imediato, impulsivo; frequentemente afirmava que era negligente; reconheceu seus defeitos, pediu humildemente perdão por eles. Com humildade, pediu conselhos e orações por sua conversão. Há características do seu temperamento e defeitos que a acompanharão até o final, até o ponto de assustar algumas pessoas, que se perguntam como é possível que o Senhor a prefira tanto.
De estudante, passou a consagrar-se totalmente a Deus na vida monástica e, durante 20 anos, não aconteceu nada de extraordinário: o estudo e a oração foram sua principal atividade. Devido aos seus dons, ela se sobressaía entre suas irmãs; era tenaz em consolidar sua cultura em campos diversos. Mas, durante o Advento de 1280, começou a sentir desgosto por tudo aquilo, percebeu sua vaidade e, em 27 de janeiro de 1281, poucos dias antes da festa da Purificação de Maria, na hora das Completas, o Senhor iluminou suas densas trevas. Com suavidade e doçura, acalmou a turbação que a angustiava, turbação que Gertrudes via como um dom de Deus "para abater essa torre de vaidade e de curiosidade que - ai de mim - ainda carregando o nome e o hábito de religiosa, fui elevando com a minha soberba, e pelo menos assim, encontrar o caminho para mostrar-me tua salvação" (Ibid., II,1, p. 87).
Ela teve a visão de um jovem que a guiava para superar o emaranhado de espinhos que oprimia sua alma, estendendo-lhe a mão. Nessa mão, Gertrudes reconheceu "a preciosa marca dessas chagas que ab-rogaram todas as atas de acusação dos nossos inimigos" (Ibid., II,1, p. 89); reconheceu Aquele que sobre a cruz nos salvou com seu sangue, Jesus.
Desde aquele momento, sua vida de comunhão com o Senhor se intensificou, sobretudo nos tempos litúrgicos mais significativos - Advento, Natal, Quaresma, Páscoa, festas de Nossa Senhora - ainda quando, doente, não podia se dirigir ao coro. É o mesmo húmus litúrgico de Matilde, sua mestra, que Gertrudes, no entanto, descreve com imagens, símbolos e termos mais simples e lineares, mais realistas, com referências mais diretas à Bíblia, aos Padres, ao mundo beneditino.

Sua biógrafa indica duas direções do que poderíamos chamar de particular "conversão" sua: nos estudos, com a passagem radical dos estudos humanistas profanos aos teológicos, e na observância monástica, com a passagem da vida que ela define como negligente à vida de oração intensa, mística, com um excepcional ardor missionário. O Senhor, que a havia escolhido desde o seio materno e que desde pequena lhe fizera participar do banquete da vida monástica, volta a chamá-la, com sua graça, "das coisas externas à vida interior; e das ocupações terrenas ao amor pelas coisas espirituais". Gertrudes compreende que esteve longe d'Ele, na região da dissimilitude, como diz Santo Agostinho: de ter-se dedicado com muita avidez aos estudos liberais, à sabedoria humana, descuidando a ciência espiritual, privando-se do gosto pela verdadeira sabedoria, agora é conduzida ao monte da contemplação, onde deixa o homem velho para revestir-se do novo. "De gramática, converte-se em teóloga, com a leitura incansável dos livros sagrados que podia ter ou obter e enchia seu coração com as mais úteis e doces sentenças da Sagrada Escritura. Tinha, por isso, sempre pronta uma palavra inspirada e de edificação para satisfazer os que iam consultá-la e, ao mesmo tempo, os textos escriturísticos mais adequados para rebater qualquer opinião errônea e fazer calar seus oponentes" (Ibid., I,1, p. 25).
Gertrudes transforma tudo isso em apostolado: dedica-se a escrever e divulgar as verdades da fé com clareza e simplicidade, graça e persuasão, servindo com amor e fidelidade a Igreja, até o ponto de ser útil e bem-vinda para os teólogos e pessoas piedosas. Desta intensa atividade sua, resta-nos pouco, também devido às circunstâncias que levaram à destruição do mosteiro de Helfta. Além do "Arauto do amor divino" e "As revelações", temos os "Exercícios Espirituais", uma joia rara da literatura mística espiritual.

Na observância religiosa, nossa santa é "uma coluna firme (...), firmíssima propugnadora da justiça e da verdade", diz sua biógrafa (Ibid., I, 1, p. 26). Com as palavras e o exemplo, suscitava nos demais grande fervor. Às orações e às penitências da regra monástica, acrescentava outras com tal devoção e abandono confiado em Deus, que provocava, em quem a encontrava, a consciência de estar na presença do Senhor. E, de fato, o próprio Deus lhe dá a entender que a chamou para ser instrumento da sua graça. Deste imenso tesouro divino, Gertrudes se sentia indigna, confessou não tê-lo protegido e valorizado. Exclamou: "Ai de mim! Se Tu tivesses me dado para lembrança tua, indigna como sou, inclusive um só fio de estopa, ele deveria ser guardado com maior respeito e reverência do que eu tive por estes teus dons!" (Ibid., II,5, p. 100). Mas, reconhecendo sua pobreza e indignidade, ela adere à vontade de Deus, "porque - afirma - aproveitei tão pouco suas graças, que não posso decidir acreditar que foram concedidas somente para mim, não podendo tua eterna sabedoria ser frustrada por alguém. Faze, portanto, ó Dador de todo bem, Tu que me concedeste gratuitamente dons tão imerecidos, que, lendo este escrito, o coração de pelo menos um dos teus amigos se comova pelo pensamento de que o zelo pelas almas te levou a deixar durante tanto tempo uma joia de valor tão inestimável em meio ao lodo abominável do meu coração" (Ibid., II,5, p. 100s).

Em particular, dois favores lhe foram mais queridos que qualquer outro, como escreveu a própria Gertrudes: "Os estigmas das tuas chagas, que imprimiste em mim como joias preciosas no coração, e a profunda e saudável ferida de amor com que o marcaste. Tu me inundaste com estes dons teus de tanta alegria que, ainda que eu tivesse de viver mil anos sem nenhum consolo, nem interior nem exterior, sua lembrança bastaria para reconfortar-me, iluminar-me, encher-me de gratidão. Quiseste também introduzir-me na inestimável intimidade da tua amizade, abrindo-me de muitas formas esse sacrário nobilíssimo da tua divindade, que é o teu Coração divino (...). A esse cúmulo de benefícios, acrescentaste o de dar-me por advogada a Santíssima Virgem Maria, tua Mãe, e de ter me recomendado frequentemente seu afeto como o mais fiel dos esposos poderia recomendar à sua própria mãe sua esposa querida" (Ibid., II, 23, p. 145).
Dirigida à comunhão sem fim, concluiu sua vida terrena no dia 17 de novembro de 1301 ou 1302, aos quase 46 anos. No sétimo Exercício, o da preparação para a morte, Santa Gertrudes escreveu: "Ó Jesus, Tu que me és imensamente querido, fica sempre comigo, para que o meu coração permaneça contigo e teu amor persevere comigo sem possibilidade de divisão, e meu trânsito seja abençoado por Ti, de maneira que meu espírito, livre dos laços da carne, possa imediatamente encontrar repouso em Ti. Amém." (Esercizi, Milão, 2006, p. 148).

Parece-me óbvio que estas não são somente coisas do passado, históricas, mas que a existência de Santa Gertrudes continua sendo uma escola de vida cristã, de reto caminho, que nos mostra que o centro de uma vida feliz, de uma vida verdadeira, é a amizade com Jesus, o Senhor. E essa amizade se aprende no amor pela Sagrada Escritura, no amor pela liturgia, na fé profunda, no amor a Maria, de forma que se conheça cada vez mais realmente o próprio Deus e, assim, a verdadeira felicidade, a meta da nossa vida.
Obrigado.

[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]

Queridos irmãos e irmãs:
Nos primeiros anos do século XIV, falecia no mosteiro de Helfta Santa Gertrudes, uma das místicas mais famosas e a única mulher da Alemanha a receber o cognome de "Grande"; com 5 anos de idade, entrara como aluna no mosteiro; e de aluna passou a monja. Mas, só aos 25 anos, teve lugar a sua «conversão»: nos estudos, com a passagem radical dos estudos humanistas profanos aos teológicos; e, na observância monástica, com a passagem de uma vida negligente a uma vida de oração intensa, mística, animada de grande ardor missionário. Então Gertrudes tivera a visão de um jovem que a guiava para fora da confusão que lhe oprimia a alma, tomando-a pela mão. Naquela mão, ela reconhece a marca daquelas preciosas chagas que aboliram todos os nossos pecados; reconhece Jesus, Aquele que na Cruz nos salvou com o seu sangue.
Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha cordial saudação para todos, em particular para os grupos do Brasil e de Portugal, da paróquia dos Milagres na Bidoeira. Este mês do Rosário incita-nos a perseverar na reza diária do terço; que, desta forma, as vossas famílias se reúnam com a Virgem Mãe, para aprender a cooperar plenamente com os desígnios de salvação que Deus tem sobre vós. Como encorajamento e penhor de graças, de coração vos dou a minha Bênção Apostólica.

BENTO XVI INCENTIVA ORAÇÃO DO TERÇO EM OUTUBRO



Ao rezar o Ângelus em Palermo

PALERMO, domingo, 3 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos a intervenção de Bento XVI antes de rezar a oração mariana do Ângelus neste domingo, em Palermo, após ter celebrado a Eucaristia junto a cerca de 200 mil peregrinos.

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Queridos irmãos e irmãs:

Neste momento de profunda comunhão com Cristo, presente e vivo no meio de nós e dentro de nós, é belíssimo, como família eclesial, dirigir-nos em oração à sua Mãe e nossa Mãe, Maria Santíssima Imaculada. Sicília está repleta de santuários marianos e deste lugar me sinto espiritualmente no centro desta "rede" de devoção, que enlaça todas as cidades e povos da ilha.
À Virgem Maria desejo oferecer todo o povo de Deus que mora nesta amada terra. Que sustente as famílias no amor e no compromisso educativo; que torne fecundos os brotos de vocações que Deus semeia amplamente nos jovens; que infunda valor nas provações, esperança nas dificuldades; que renove o impulso ao bem. Que Nossa Senhora console os doentes e todos os que sofrem e ajude as comunidades cristãs, para que ninguém nelas seja marginalizado ou sofra necessidades, mas que cada um, especialmente os mais vulneráveis, se sinta acolhido e valorizado.
Maria é o modelo da vida cristã. A Ela peço sobretudo que vos permita caminhar com decisão e alegria pelo caminho da santidade, seguindo os passos de tantas luminosas testemunhas de Cristo, filhos desta terra siciliana. Neste contexto, quero recordar que nesta manhã, em Parma, foi proclamada beata Anna Maria Adorni, que, no século XIX, foi esposa e mãe exemplar; e depois, quando ficou viúva, dedicou-se à caridade com as mulheres presas e em dificuldade, para cujo serviço fundou os institutos religiosos. A Madre Adorni, devido à sua constante oração, era chamada de "Terço Vivente". Fico feliz por destacar isso no começo do mês dedicado ao santo terço. Que a meditação diária dos mistérios de Cristo, em união com Maria, a Virgem orante, nos fortaleça na fé, na esperança e na caridade.
[Tradução: Aline Banchieri.

DISCURSO DO PAPA AOS BISPOS DOS REGIONAIS NORTE 1 E NOROESTE DO BRASIL



Durante sua visita “ad limina apostolorum”

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 4 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, o discurso que o Papa Bento XVI dirigiu hoje aos bispos dos Regionais Norte 1 e Noroeste do Brasil, a quem recebeu por ocasião da sua visita ad limina apostolorum.

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Caros Irmãos no Episcopado:
É com muita satisfação que vos dou as boas-vindas, Pastores dos Regionais Norte 1 e Noroeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por ocasião da vossa visita ad Limina Apostolorum. Agradeço a Dom Moacyr Grechi pelas suas amáveis palavras e pelos sentimentos expressos em vosso nome, ao mesmo tempo em que asseguro que vos tenho presente diariamente nas minhas orações, pedindo ao Céu que sustente e torne fecundos os esforços que fazeis - muitas vezes carecendo de meios adequados - para levar a Boa Nova de Jesus a todos os cantos da floresta amazônica, conscientes de que "Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" (1 Tim 2,4).
Deus pode realizar esta salvação por vias extraordinárias que somente Ele conhece. Entretanto, se o seu Filho veio, foi precisamente para nos revelar, pela sua palavra e pela sua vida, os caminhos ordinários da salvação; e Ele mandou-nos transmitir aos outros essa revelação, com a sua própria autoridade. Sendo assim, não podemos furtar-nos a este pensamento: os homens poderão salvar-se por outras vias, graças à misericórdia de Deus, se não lhes anunciar o Evangelho; mas poderei eu salvar-me se por negligência, medo, vergonha ou por seguir idéias falsas, deixar de o anunciar?
Por vezes deparamos com esta objeção: impor uma verdade, ainda que seja a verdade do Evangelho, impor uma via, ainda que seja a salvação, não pode ser senão uma violência à liberdade religiosa. Apraz-me transcrever a reposta pertinente e elucidativa que lhe deu o Papa Paulo VI: "É claro que seria certamente um erro impor qualquer coisa à consciência dos nossos irmãos. Mas propor a essa consciência a verdade evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o respeito pelas opções livres que essa consciência fará - e isso, sem pressões coercitivas, sem persuasões desonestas e sem aliciá-la com estímulos menos retos - longe de ser um atentado à liberdade religiosa, é uma homenagem a essa liberdade, à qual é proporcionado o escolher uma via que mesmo os não crentes reputam nobre e exaltante. (...) Esta maneira respeitosa de propor Cristo e o seu Reino, mais do que um direito, é um dever do evangelizador. E é também um direito dos homens seus irmãos receber dele o anúncio da Boa Nova da salvação" (Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 80).
"Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!" (1 Co 9,16) exclamava o Apóstolo das gentes. O desejo de anunciar o Evangelho nasce de um coração enamorado por Jesus, que anela ardentemente que mais pessoas possam receber o convite e participar no banquete das Bodas do Filho de Deus (cf. Mt 22,8-10). De fato, a missão é o desbordar da chama de amor que se inflama no coração do ser humano, que, ao abrir-se à verdade do Evangelho e deixar-se transformar por ela, passa a viver a sua vida - como dizia São Paulo - "na fé do Filho de Deus que me amou e se entregou por mim" (Gal 2,20). Conseqüentemente, o chamado à missão não é algo destinado exclusivamente a um restrito grupo de membros da Igreja, mas um imperativo dirigido a cada batizado, um elemento essencial da sua vocação. Como afirmou o Concílio Vaticano II: a "vocação cristã é, por sua própria natureza, vocação ao apostolado" (Decr. Apostolicam actuositatem, 2). Neste sentido, um dos compromissos centrais da V Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, que tive a alegria de iniciar em Aparecida, em 2007, foi o de despertar nos cristãos a consciência de discípulos e missionários, resgatando a dimensão missionária da Igreja ao convocar uma "Missão Continental".
Ao pensar nos desafios que esta proposta de renovação missionária supõe para vós, Prelados brasileiros, vem-me a mente a figura do Beato José de Anchieta. Com efeito a sua incansável e generosíssima atividade apostólica, não isenta de graves perigos, que fez com que a Palavra de Deus se propagasse tanto entre os índios quanto entre os portugueses - razão pela qual desde o momento de sua morte recebeu o epíteto de Apóstolo do Brasil - pode servir de modelo para ajudar as vossas Igrejas particulares a encontrar os caminhos para empreender a formação dos discípulos missionários no espírito da Conferência de Aparecida (cf. Documento de Aparecida, 275).
Contudo, os desafios do contexto atual poderiam conduzir a uma visão reducionista do conceito de missão. Esta não pode ser limitada a uma simples busca de novas técnicas e formas que tornem a Igreja mais atrativa e capaz de vencer a concorrência com outros grupos religiosos ou com ideologias relativistas. A Igreja não trabalha para si: está ao serviço de Jesus Cristo; existe para fazer que a Boa Nova seja acessível para todas as pessoas. A Igreja é católica justamente porque convida todo o ser humano a experimentar a nova existência em Cristo. A missão, portanto, nada mais é que a conseqüência natural da própria essência da Igreja, um serviço do ministério da união que Cristo quis operar no seu corpo crucificado.
Isso deve levar a refletir que o esmorecimento do espírito missionário talvez não se deva tanto a limitações e carências nas formas externas da ação missionária tradicional quanto ao esquecimento de que a missão deve alimentar-se de um núcleo mais profundo. Esse núcleo é a Eucaristia. Esta, como presença do amor humano-divino de Jesus Cristo, supõe continuamente o passo de Jesus aos homens que serão seus membros, que serão eles mesmos Eucaristia. Em suma, para que a Missão Continental seja realmente eficaz, esta deve partir da Eucaristia e conduzir para a Eucaristia.
Amados irmãos, ao retornardes às vossas dioceses e prelazias, peço-vos que transmitais aos vossos sacerdotes, religiosos, religiosas, seminaristas, catequistas e fiéis, a saudação afetuosa do Papa, que em todos pensa e por todos ora com grande afeto e firme esperança. À intercessão do Beato José de Anchieta, que encontrava no Sacrário o segredo da sua eficácia apostólica, confio as vossas pessoas, as vossas intenções e propósitos pastorais, para que o nome de Cristo esteja sempre presente no coração e nos lábios de cada brasileiro. Com estes sentimentos vos acompanham a minha prece e a minha Bênção Apostólica.

Brasília recebe a exposição "O Homem do Sudário"



O HOMEM DO SUDÁRIO!

No próximo dia 7 de outubro de 2010 se dará início, no Centro Comercial Gilberto Salomão (Lago Sul-Brasília, na altura da Qi 5), a exposição da réplica do Santo Sudário de Turim, com todos os estudos científicos que nos ajudarão a montar o quebra-cabeça de informações para responder à pergunta:
"Quem é o homem do sudário?".

Essa mesma exposição conta com objetos como: a reconstituição artística e o holograma 3D (em tamanho natural) da imagem do Homem do Sudário, produzido pelo cientista holandês Petrus Soons; réplicas dos flagelos, coroa de espinhos, lança e pregos produzidos em Israel, painéis, vídeos e infográficos que explicam, de forma dinâmica, o que cada estudo descobriu sobre o tema.

Juntamente com este evento, Brasília receberá a exposição com objetos como o fac-símile do Sudário produzido em Turim; a reconstituição artística do Homem do Sudário; o holograma em tamanho natural da imagem, produzido pelo cientista holandês Petrus Soons; réplicas dos flagelos, coroa de espinhos, lança e pregos produzidos em Israel. Além de contar com ilustrações de painéis, vídeos e infográficos que explicam, de forma dinâmica, o que cada estudo descobriu sobre o tema.

O Santo Sudário está guardado na catedral de Turim na Itália e reúne diversos estudos e misteriosas crenças, por causa da imagem semelhante ao rosto de Jesus Cristo impressa nele. Até o hoje, é um elemento muito estudado, envolvendo inúmeras disciplinas como arqueologia, palinologia, hematologia, medicina forense, microbiologia, história, semiótica, numismática, etc.

Estudiosos admitem existir grande coincidência entre as marcas impressas no tecido e o que os Evangelhos relatam sobre a Paixão de Cristo. A coincidência começa pelo fato de o lençol ter composição rudimentar da fibra que era produzida no antigo Egito e Síria. No tecido há diversas manchas de sangue humano do tipo AB, comum em judeus. A análise do sangue indicou uma substância cicatrizante do fígado, produzida quando o corpo é gravemente traumatizado. Através deste estudo, constataram-se também cromossomos do tipo X e Y, confirmando que seria uma pessoa do sexo masculino.

Foram descobertos também certos polens no Sudário. As espécies de plantas foram identificadas. Trata-se de plantas comuns do Vale do Jordão e Mar Morto, de lugares pedregosos ou salgados e regiões desérticas.

A análise médico-forense mostra que o homem do Sudário possuía altura entre 1,75 e 1,80 m. Com idade estimada de 37 anos de raça semítica. No lençol há marcas que indicam que o Homem do Sudário foi açoitado e os ângulos das feridas permitem deduzir que havia dois flageladores. Já na marca da cabeça, há cerca de quarenta feridas causadas por objetos pontiagudos. É fácil observar que este quadro é compatível com a cabeça de quem recebeu uma coroa de espinhos. Há também marcas de feridas nas mãos e pés, como se tivesse sido crucificado.

O grande mistério é que, apesar das marcas de sangue de feridas, o lençol não apresenta marcas de decomposição, ou seja, foi comprovado haver um cadáver, mas não há nada que demonstre que houve degeneração do corpo sob o lençol. As manchas de sangue mostram que o corpo ficou em contato com o lençol durante um período entre 30 e 40 horas. Mais um forte indício que se assemelha com o Evangelho.

Polêmico ou não, as coincidências são muitas de que o Homem do Sudário possa ter sido Jesus Cristo. Independentemente de religião e da fé, este objeto arqueológico tem imenso valor. Foi responsável por inúmeros estudos e inquietantes curiosidades. Trata-se de um lençol com valor histórico e rico para a cultura mundial.

Para Brasília, não deixa de ser uma honra receber uma exposição de tamanha importância. A vinda de O Sudário, além de trazer visibilidade para a cidade, deverá aquecer a economia local, pois serão previstas conferências de especialistas sobre o tema e a vinda de turistas de diversas partes do Brasil e América Latina.

A Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe trouxe essa exposição em parceria com o mesmo Centro Comercial Gilberto Salomão, a Arquidiocese de Brasília e o movimento Regnum Christi.

Valor da entrada: 10 reais inteira; 5 reais meia.
Local: Centro Comercial Gilberto Salomão, junto ao Pão de Açúcar.
Para mais informações ligar para: 61-3245 2688 ou acessem o site:
http://www.pnsg312sul.org.br/formacao/homen-do-sudario

Exercícios Espirituais em regime de silêncio e internato com a União Lumen Dei

Festa de Nossa Senhora Aparecida 2010





Desde 1717, quando a Imagem de Nossa Senhora da Conceição apareceu nas redes de três pescadores, às margens do Rio Paraíba, a devoção à Mãe de Deus sob o título de Virgem Aparecida é cada vez maior, expressando a grande confiança que o povo brasileiro tem na mediação maternal de Maria junto a seu filho Jesus Cristo.

Essa devoção tornou-se tão forte em todo o País que, em 8 de setembro de 1904, por ordem do Papa Pio X, a Imagem foi solenemente coroada e proclamada como Rainha do Brasil. A partir de então, a Imagem passou a usar oficialmente a coroa ofertada pela Princesa Isabel, em 1884, e o manto azul-marinho. O título foi confirmado mais tarde, em 1930, quando o Papa Pio XI proclamou a Virgem Aparecida Padroeira do Brasil. Ao longo desses anos são inúmeras as graças e milagres concedidos por Deus em favor do povo brasileiro mediante a intercessão de Maria Santíssima.

Nossa Senhora foi também escolhida para ser Padroeira de Brasília, ainda à época da construção da cidade, uma vez que a devoção à Virgem sintetiza muito bem a fé de todas as pessoas que para cá vieram. A Imagem de Nossa Senhora Aparecida chegou aqui no dia 3 de maio de 1957, após ter visitado todas as capitais brasileiras. No cinqüentenário de nossa cidade e de nossa Arquidiocese, queremos junto com Nossa Senhora Aparecida agradecer a Deus pelos imensos benefícios e, em especial, pelo XVI Congresso Eucarístico Nacional aqui realizado.

Neste 12 de outubro, a imagem de Nossa Senhora Aparecida estará exposta durante todo o dia no altar na Esplanada dos Ministérios para que os fiéis possam realizar suas orações, cumprir suas promessas e ofertar flores em honra à Virgem Santíssima.

Programação:

2 a 11 de outubro
Novenário em preparação para a Festa
Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida
12h15 – Santa Missa (segunda a sexta-feira)
13 às 15h – Adoração ao Santíssimo Sacramento (segunda a sexta-feira)

19h – Santa Missa (segunda a sexta-feira)

Dia 02 – Tema: Maria e os Jovens
Dia 04 – Tema: Bem-aventurada Virgem Maria, imagem e mãe da Igreja -
Pe. Nei Nelson
Dia 05 – Tema: Bem-aventurada Virgem Maria, templo do Senhor -
Monsenhor Marcony
Dia 06 - Bem-aventurada Virgem Maria, saúde dos enfermos - Frei Josué
Dia 07 - Bem-aventurada Virgem Maria, causa da nossa alegria
Dia 08 - Santa Maria, mãe do Senhor - Pe. Norbey
Dia 09 - Nossa Senhora e a equipe de trabalho - Monsenhor Marcony
Dia 11 - Santa Maria, Rainha e mãe de misericórdia - Pe. Cristiano e Eureka

12 de outubro (terça-feira)
Das 9 às 20h30
Esplanada dos Ministérios, no gramado em frente à Catedral

Manhã
9h – Missa das Crianças e Coroação de Nossa Senhora Aparecida
Programação especial para as crianças até as 13h



Tarde
13h – Ofício de Nossa Senhora
13h30 – Rosário Meditado e início da grande concentração popular
15h – Homenagem dos Jovens à Santa Mãe de Deus
16h30 – Preparação para a Santa Missa
16h45 – Saída do Clero da Catedral para o altar da celebração
17h – Santa Missa presidida por Dom João Braz de Aviz e concelebrada por todo o Clero da Arquidiocese
Após a Santa Missa, Solene Procissão com a imagem da Padroeira e bênçãos para os doentes, governantes e famílias
Encerramento com espetáculo de fogos de artifício
Barracas de Alimentação: Durante o dia haverá atendimento ao público em geral e aos romeiros de outras cidades.

2010/10/08

Filme: Gedeão e os 300 Guerreiros

Filme: Jesús, el peregrino de la luz

Filme: Dom Bosco - Segunda Parte

Filme: Teresa de Jesús - 1961

Filme: Dom Bosco - Primeira Parte

Filme: Sanção e Dalila

Filme: Barrabás

Documentário: Gloria Polo - Uma segunda oportunidade

Filme: Prova de Fogo - Nunca deixe o seu parceiro para trás

Filme: Santa Faustina

2010/09/25

Para que servem minhas fraquezas?


Nossa meta maior sempre será retornar para Deus!
Entretanto, os caminhos desta estrada de volta revelarão sempre a pessoa que somos, nossas virtudes e fracassos. Das virtudes, gostamos até demais delas! Dos fracassos, até nos causam pânico!

Quem se aproxima um pouco mais de Deus pela oração e direção espiritual, vai entendendo aos poucos que nossas fraquezas são amigas que, se ouvidas com vigilância e humildade, nos conduzirão para uma contínua conversão.

São Pe. Pio de Pieltrecina afirma que "se Deus permite que você vacile em alguma fraqueza, não é porque o abandonou; ao contrário, Ele está o fortalecendo na humildade e na vigilância."

Por isso, não tenha medo! Suas fraquezas podem ser, hoje, suas maiores e mais importantes aliadas!

Já havia pensado assim?

Deixe seu comentário sobre esta mensagem no blog.cancaonova.com/ricardosa..

Com carinho e orações,


Seu irmão,
Ricardo Sá

É preciso conciliar tempo para trabalho e família, diz Papa



Da Redação, com agências


A sala de imprensa da Santa Sé apresentou nesta sexta-feira, 24, a carta enviada pelo Papa Bento XVI ao presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal Ennio Antonelli. Na mensagem, o Santo Padre confirmou o VII Encontro Mundial das Famílias, que será realizado entre 30 de maio e 3 de junho de 2012, em Milão, na Itália, e fez uma reflexão sobre o tema do evento: "A Família: o trabalho e a festa”.

“O trabalho e a festa - explicou Bento XVI no documento - estão intimamente relacionados com a vida das famílias, pois condicionam as escolhas, influenciam as relações entre os cônjuges e entre pais e filhos, além de influenciarem nas relações das famílias com a sociedade e a Igreja".

“Nos nossos tempos atuais – disse o Papa -, infelizmente, a organização do trabalho baseada na competição do mercado e do lucro máximo, bem como a utilização das festas como ‘válvulas de escape’ contribuem para a desagregação da estrutura familiar e para o condicionamento de um estilo de vida individualista”.

"Por isso, é necessário promover uma reflexão e um compromisso para conciliar as exigências e os tempos do trabalho com os da família, e recuperar o verdadeiro sentido da festa, especialmente do domingo, páscoa semanal, dia do Senhor e dia do homem, dia da família, da comunidade e da solidariedade".

O Papa escreve que "o próximo Encontro Mundial das Famílias é uma ocasião privilegiada para voltar a expor o trabalho e a festa na perspectiva de uma família unida e aberta à vida, bem integrada na sociedade e na Igreja, atenta contra a qualidade das relações e a economia do núcleo familiar".

Seguidamente o Santo Padre expressa seu desejo de que já no ano 2011 (no 30° aniversário da exortação apostólica ‘Familiaris consortio’ de João Paulo II), "carta magna" da pastoral familiar, comece um itinerário com iniciativas em nível paroquial, diocesano e nacional, com o fim de "destacar as experiências de trabalho e de festa em seus aspectos mais reais e positivos, com especial insistência na incidência sobre a experiência de vida concreta das famílias".

Ao final da carta, o Santo Padre assinala que o VII Encontro Mundial, como os iores, durará cinco dias e culminará no sábado a noite com a ‘Festa dos testemunhos’ e na manhã do domingo com a Missa solene. Nestas duas celebrações, que presidirei, reuniremo-nos como ‘família de famílias’".

Comentando o tema da carta, o Cardeal Antonelli se referiu aos problemas que afetam a família e advertiu que "se privatiza e se reduz a um lugar de afetos e de gratificação individual; não recebe o adequado apoio cultural, jurídico, econômico e político; sofre o oneroso condicionamento de dinâmicas desintegrantes complexas, entre as que têm uma influência significativa a organização do trabalho e o declive da festa ao "tempo livre".

Neste sentido, sublinhou que o tema do Encontro de Milão "pode supor uma importante contribuição à defesa e promoção dos valores humanos autênticos no mundo atual, começando por novos estilos de vida familiar".

Participaram também da coletiva o Bispo Jean Laffitte, Dom Carlos Simón Vázquez e o padre Gianfranco Grieco, respectivamente secretário, subsecretário e chefe de escritório do Pontifício Conselho para a Família; o Bispo Auxiliar de Milão, Dom Erminio Do Scalzi, delegado do Cardeal Arcebispo Dionigi Tettamanzi para a organização do Encontro e Davide Milani, responsável pelas comunicações sociais desta arquidiocese.

Perdão é necessário para resolver atual crise espiritual, diz Papa



Kelen Galvan
Da Redação


"O núcleo da crise espiritual do nosso tempo tem as suas raízes no obscurecimento da graça do perdão", afirmou o Papa Bento XVI neste sábado, 25, aos bispos do Rio de Janeiro em visita ad Limina a Roma.

O Santo Padre explicou que quando o perdão não é reconhecido "como real e eficaz", tende-se a libertar a pessoa do sentimento de culpa. Sendo assim, afasta-se a possibilidade para que o perdão aconteça. Mas, explicou Bento XVI, "as pessoas assim 'libertadas' sabem que isso não é verdade, que o pecado existe e que elas mesmas são pecadoras".

.: Leia o discurso na íntegra

"Embora algumas linhas da psicologia sintam grande dificuldade em admitir que, entre os sentidos de culpa, possa haver também os devidos a uma ' verdadeira culpa', quem for tão 'frio' que não prove sentimentos de culpa nem sequer quando deve, procure por todos os meios recuperá-los, porque no ordenamento espiritual são necessários para a saúde da alma. De fato Jesus veio salvar, não aqueles que já se libertaram por si mesmos pensando que não têm necessidade d’Ele, mas quantos sentem que são pecadores e precisam d’Ele (cf. Lc 5, 31-32)", destacou.

O Papa afirmou ainda que "todos nós temos necessidade" desse perdão de Deus. "Como o Escultor divino que remove as incrustações de pó e lixo que se pousaram sobre a imagem de Deus inscrita em nós. Precisamos do perdão, que constitui o cerne de toda a verdadeira reforma: refazendo a pessoa no seu íntimo, torna-se também o centro da renovação da comunidade".

"Somente a partir desta profundidade de renovação do indivíduo é que nasce a Igreja, nasce a comunidade que une e sustenta na vida e na morte", explicou Bento XVI. "Ela é uma companhia na subida, na realização daquela purificação que nos torna capazes da verdadeira altura do ser homens, da companhia com Deus. À medida que se realiza a purificação, também a subida – que ao princípio é árdua – vai-se tornando cada vez mais jubilosa. Esta alegria deve transparecer cada vez mais da Igreja, contagiando o mundo, porque ela é a juventude do mundo".

E concluiu lembrando aos bispos que "tal obra não pode ser realizada com as nossas forças, mas são necessárias a luz e a graça que provêm do Espírito de Deus e agem no íntimo dos corações e das consciências".

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Canção Nova – Cantinho da Reflexão - Já não sei viver sem teu amor




*Monsenhor Jonas Abib

Adorar é um diálogo de amor. A adoração é um dom de Deus e não um esforço nosso. O primeiro passo sempre é de Deus. É ele quem toma a iniciativa de estar conosco, de se relacionar conosco para estabelecer uma relação íntima, de amizade. Por isso, a adoração não só é um desejo do nosso coração, mas, mais do que isto, é um desejo de Deus.

Cada um de nós tem um coração de adorador que precisa ser trabalhado, desenvolvido para crescer no dom da adoração. A indisposição que às vezes você sente para adorar não é sua. Este trabalho para crescer na adoração consiste num acolhimento da graça de Deus. Sim, é um dom que Deus quer nos dar pela ação do Espírito Santo. É dom, é preciso, em primeiro lugar, acolher.

O coração de adorador não é algo que vamos comprar com os nossos esforços, mas que vamos acolher com a nossa liberdade. É um exercício, contínuo e frequente, de todos os dias. É um trato de fidelidade e sinceridade com Deus. É um desejo de também demonstrar a Ele todo o nosso amor.

Quando se luta, a indisposição vai sumindo e quando menos esperar verá que está adorando. Independentemente do tempo que a pessoa tem para adorar, aquele tempo é muito precioso e não é em vão. Deus sabe da sua indisposição e do pecado original que está em você. Ele vê seu esforço e sua luta.

É claro que você gostaria de fazer uma oração gostosa, que faça esquentar por dentro. Mas Deus viu o seu esforço e para Ele valeu. Você pode não ter percebido, mas tudo o que precisava, aconteceu. Basta ficar diante do sol para ele causar efeito em você. Mesmo que o dia esteja nublado e a todo instante uma nuvem cubra o sol, tenha certeza de que os raios ultrapassaram aquelas nuvens e atingiram você. O fato de ter ficado exposto naquele lugar fez os raios do sol atingir a sua pele.

Assim também acontece com a adoração. É isso que quer dizer adorar em espírito e verdade. Você adora a partir da sua verdade, e a sua verdade naquele dia infelizmente era estar indisposto para adorar. Você não foi falso e adorou em verdade. Por muitas vezes sentirá essa indisposição porque ela vem do pecado original, mas você sempre estará partindo da verdade, portanto, estará sempre adorando em espírito e verdade.

Seu irmão,

*Monsenhor Jonas Abib

Fundador da Comunidade Canção Nova e Presidente de Honra da Fundação João Paulo II. É autor de 48 livros, milhares de palestras em áudio e vídeo, viajando o Brasil e o mundo em encontros de evangelização. Acesse: www.padrejonas.com / http://twitter.com/padrejonasabib

MENSAGEM DO PAPA PARA A JMJ DE MADRI 2011


Texto integral em português


CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 14 de setembro de 2010 (ZENIT.org) – Apresentamos a Mensagem do Papa Bento XVI para a XXVI Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá em Madri, em agosto de 2011. O texto, difundido agora em português pela Santa Sé, fora publicado a 3 de setembro.
* * *
«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7).


Queridos amigos!
Penso com frequência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney de 2008. Lá vivemos uma grande festa da fé, durante a qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma comunhão intensa entre os participantes, que vieram de todas as partes do mundo. Aquele encontro, assim como os precedentes, deu frutos abundantes na vida de numerosos jovens e de toda a Igreja. Agora, o nosso olhar dirige-se para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madrid em Agosto de 2011. Já em 1989, poucos meses antes da histórica derrocada do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez etapa na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, num momento em que a Europa tem grande necessidade de reencontrar as suas raízes cristãs, marcamos encontro em Madrid, com o tema: «Enraizados e edificados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Por conseguinte, convido-vos para este encontro tão importante para a Igreja na Europa e para a Igreja universal. E gostaria que todos os jovens, quer os que compartilham a nossa fé em Jesus Cristo, quer todos os que hesitam, que estão na dúvida ou não crêem n’Ele, possam viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo e do seu amor por todos nós.
Na nascente das vossas maiores aspirações!
1. Em todas as épocas, também nos nossos dias, numerosos jovens sentem o desejo profundo de que as relações entre as pessoas sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de amizade autêntica, por conhecer o verdadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Certamente, recordando a minha juventude, sei que estabilidade e segurança não são as questões que ocupam mais a mente dos jovens. Sim, a procura de um posto de trabalho e com ele poder ter uma certeza é um problema grande e urgente, mas ao mesmo tempo a juventude permanece contudo a idade na qual se está em busca da vida maior. Se penso nos meus anos de então: simplesmente não nos queríamos perder na normalidade da vida burguesa. Queríamos o que é grande, novo. Queríamos encontrar a própria vida na sua vastidão e beleza. Certamente, isto dependia também da nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e durante a guerra nós fomos, por assim dizer, «aprisionados» pelo poder dominante. Por conseguinte, queríamos sair fora para entrar na amplidão das possibilidades do ser homem. Mas penso que, num certo sentido, todas as gerações sentem este impulso de ir além do habitual. Faz parte do ser jovem desejar algo mais do que a vida quotidiana regular de um emprego seguro e sentir o anseio pelo que é realmente grande. Trata-se apenas de um sonho vazio que esvaece quando nos tornamos adultos? Não, o homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti. O desejo da vida maior é um sinal do facto que foi Ele quem nos criou, de que temos a Sua «marca». Deus é vida, e por isso todas as criaturas tendem para a vida; de maneira única e especial a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira pelo amor, pela alegria e pela paz. Compreendemos então que é um contra-senso pretender eliminar Deus para fazer viver o homem! Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, a privar-se da plenitude e da alegria: «De facto, sem o Criador a criatura esvaece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 36). A cultura actual, nalgumas áreas do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um facto privado, sem qualquer relevância para a vida social. Mas o conjunto de valores que estão na base da sociedade provém do Evangelho — como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família — constata-se uma espécie de «eclipse de Deus», uma certa amnésia, ou até uma verdadeira rejeição do Cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder a própria identidade profunda.
Por este motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar o vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja! Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes, bases sólidas! E isto é particularmente verdadeiro hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir a sua vida, tornando-se assim profundamente inseguros. O relativismo difundido, segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma, nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas do momento. Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto.
Enraizados e fundados em Cristo
2. Para ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que São Paulo usa nesta sua expressão: «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Nela podemos ver três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as raízes que a alimentam; «fundado» refere-se à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral. Trata-se de imagens muito eloquentes. Antes de as comentar, deve-se observar simplesmente que no texto original as três palavras, sob o ponto de vista gramatical, estão no passivo: isto significa que é o próprio Cristo quem toma a iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os crentes.
A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a alimentam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura do nosso país, que são uma componente muito importante da nossa identidade. A Bíblia revela outra. O profeta Jeremias escreve: «Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor, a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano; continua a produzir frutos» (Jr 17, 7-8). Estender as raízes, para o profeta, significa ter confiança em Deus. D’Ele obtemos a nossa vida; sem Ele não poderíamos viver verdadeiramente. «Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está em Seu Filho» (1 Jo 5, 11). O próprio Jesus apresenta-se como nossa vida (cf. Jo 14, 6). Por isso a fé cristã não é só crer em verdades, mas é antes de tudo uma relação pessoal com Jesus Cristo, é o encontro com o Filho de Deus, que dá a toda a existência um novo dinamismo. Quando entramos em relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude. Há um momento, quando somos jovens, em que cada um de nós se pergunta: que sentido tem a minha vida, que finalidade, que orientação lhe devo dar? É uma fase fundamental, que pode perturbar o ânimo, às vezes também por muito tempo. Pensa-se no tipo de trabalho a empreender, quais relações sociais estabelecer, que afectos desenvolver... Neste contexto, penso de novo na minha juventude. De certa forma muito cedo tive a consciência de que o Senhor me queria sacerdote. Mais tarde, depois da Guerra, quando no seminário e na universidade eu estava a caminho para esta meta, tive que reconquistar esta certeza. Tive que me perguntar: é este verdadeiramente o meu caminho? É deveras esta a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de Lhe permanecer fiel e de estar totalmente disponível para Ele, ao Seu serviço? Uma decisão como esta deve ser também sofrida. Não pode ser de outra forma. Mas depois surgiu a certeza: é bem assim! Sim, o Senhor quer-me, por isso também me dará a força. Ao ouvi-Lo, ao caminhar juntamente com Ele torno-me deveras eu mesmo. Não conta a realização dos meus próprios desejos, mas a Sua vontade. Assim a vida torna-se autêntica.
Tal como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, também os fundamentos dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma casa é construída sobre os fundamentos. Na história sagrada temos numerosos exemplos de santos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro foi Abraão. O nosso pai na fé obedeceu a Deus que lhe pedia para deixar a casa paterna a fim de se encaminhar para uma terra desconhecida. «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça e foi chamado amigo de Deus» (Tg 2, 23). Estar fundados em Cristo significa responder concretamente à chamada de Deus, confiando n’Ele e pondo em prática a sua Palavra. O próprio Jesus admoesta os seus discípulos: «Porque me chamais: “Senhor, Senhor” e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46). E, recorrendo à imagem da construção da casa, acrescenta: «todo aquele que vem ter Comigo, escuta as Minhas palavras e as põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa: Cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio a inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa e não pôde abalá-la por ter sido bem construída» (Lc 6, 47-48).
Queridos amigos, construí a vossa casa sobre a rocha, como o homem que «cavou muito profundamente». Procurai também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e as derrotas. São-vos apresentadas continuamente propostas mais fáceis, mas vós mesmos vos apercebeis que se revelam enganadoras, que não vos dão serenidade e alegria. Só a Palavra de Deus nos indica o caminho autêntico, só a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que recebestes das vossas famílias e comprometei-vos a responder com responsabilidade à chamada de Deus, tornando-vos adultos na fé. Não acrediteis em quantos vos dizem que não tendes necessidade dos outros para construir a vossa vida! Ao contrário, apoiai-vos na fé dos vossos familiares, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por a ter recebido e feito vossa!
Firmes na fé
3. «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). A Carta da qual é tirado este convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade precisa dos cristãos da cidade de Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de determinadas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. O nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o tempo dos Colossenses daquela época. De facto, há uma forte corrente de pensamento laicista que pretende marginalizar Deus da vida das pessoas e da sociedade, perspectivando e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança. Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, o adoram na verdade e ouvem a sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos que ela dá. Contudo existem cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem aderir a estas chamadas, simplesmente deixaram esmorecer a sua fé, com inevitáveis consequências negativas a nível moral.
Aos irmãos contagiados por ideias alheias ao Evangelho, o apóstolo Paulo recorda o poder de Cristo morto e ressuscitado. Este mistério é o fundamento da nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, que o consideram «escândalo» (1 Cor 1, 23), mostram os seus limites diante das grandes perguntas que habitam o coração do homem. Por isso também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Nós cremos firmemente que Jesus Cristo se ofereceu na Cruz para nos doar o seu amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos pecados, obteve-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo fomos libertados do que mais entrava a nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, até os inimigos, e partilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.
Queridos amigos, muitas vezes a Cruz assusta-nos, porque parece ser a negação da vida. Na realidade, é o contrário! Ela é o «sim» de Deus ao homem, a expressão máxima do seu amor e a nascente da qual brota a vida eterna. De facto, do coração aberto de Jesus na cruz brotou esta vida divina, sempre disponível para quem aceita erguer os olhos para o Crucificado. Portanto, não posso deixar de vos convidar a aceitar a Cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Fora de Cristo morto e ressuscitado, não há salvação! Só Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino de justiça, de paz e de amor pelo qual todos aspiram.
Crer em Jesus Cristo sem o ver
4. No Evangelho é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé ao acolher o mistério da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Tomé faz parte dos Doze apóstolos; seguiu Jesus; foi testemunha directa das suas curas, dos milagres; ouviu as suas palavras; viveu a desorientação perante a sua morte. Na noite de Páscoa o Senhor apareceu aos discípulos, mas Tomé não estava presente, e quando lhe foi contado que Jesus estava vivo e se mostrou, declarou: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a mão no Seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25).
Também nós gostaríamos de poder ver Jesus, de poder falar com Ele, de sentir ainda mais forte a sua presença. Hoje para muitos, o acesso a Jesus tornou-se difícil. Circulam tantas imagens de Jesus que se fazem passar por científicas e O privam da sua grandeza, da singularidade da Sua pessoa. Portanto, durante longos anos de estudo e meditação, maturou em mim o pensamento de transmitir um pouco do meu encontro pessoal com Jesus num livro: quase para ajudar a ver, a ouvir, a tocar o Senhor, no qual Deus veio ao nosso encontro para se dar a conhecer. De facto, o próprio Jesus aparecendo de novo aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente» (Jo 20, 27). Também nós temos a possibilidade de ter um contacto sensível com Jesus, meter, por assim dizer, a mão nos sinais da sua Paixão, os sinais do seu amor: nos Sacramentos Ele torna-se particularmente próximo de nós, doa-se a nós. Queridos jovens, aprendei a «ver», a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até se fazer alimento para o nosso caminho; no Sacramento da Penitência, no qual o Senhor manifesta a sua misericórdia ao oferecer-nos sempre o seu perdão. Reconhecei e servi Jesus também nos pobres, nos doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e precisam de ajuda.
Abri e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-o mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; entrai em diálogo com Ele na oração, dai-lhe a vossa confiança: ele nunca a trairá! «Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus» (Catecismo da Igreja Católica, n. 150). Assim podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não estará unicamente fundada num sentimento religioso ou numa vaga recordação da catequese da vossa infância. Podereis conhecer Deus e viver autenticamente d’Ele, como o apóstolo Tomé, quando manifesta com força a sua fé em Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!».
Amparados pela fé da Igreja para ser testemunhas
5. Naquele momento Jesus exclama: «Porque Me viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditaram!» (Jo 20, 29). Ele pensa no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos então que a nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está ligada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas, pelo Baptismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que dá segurança à nossa fé pessoal. O credo que proclamamos na Missa dominical protege-nos precisamente do perigo de crer num Deus que não é o que Jesus nos revelou: «Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser motivado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para guiar os outros na fé» (Catecismo da Igreja Católica, n. 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela faz-nos progredir com segurança na fé, que nos dá a vida verdadeira (cf. Jo 20, 31).
Na história da Igreja, os santos e os mártires hauriram da Cruz gloriosa de Cristo a força para serem fiéis a Deus até à doação de si mesmos; na fé encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar qualquer adversidade. De facto, como diz o apóstolo João, «Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?» (1 Jo 5, 5). E a vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se exprime na caridade; foram artífices de paz, promotores de justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se nos vários âmbitos da vida social, com competência e profissionalidade, contribuindo de modo eficaz para o bem de todos. A caridade que brota da fé levou-os a dar um testemunho muito concreto, nas acções e nas palavras: Cristo não é um bem só para nós próprios, é o bem mais precioso que temos para partilhar com os outros. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã em todo o mundo: são muitos os que desejam receber esta esperança! Diante do sepulcro do amigo Lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de o chamar de novo à vida, disse à sua irmã Marta: «Se acreditasses, verias a glória de Deus» (cf. Jo 11, 40). Também vós, se acreditardes, se souberdes viver e testemunhar a vossa fé todos os dias, tornar-vos-eis instrumentos para fazer reencontrar a outros jovens como vós o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo!
Rumo à Jornada Mundial de Madrid
6. Queridos amigos, renovo-vos o convite a ir à Jornada Mundial da Juventude a Madrid. É com profunda alegria que espero cada um de vós pessoalmente: Cristo quer tornar-vos firmes na fé através a Igreja. A opção de crer em Cristo e de O seguir não é fácil; é dificultada pelas nossas infidelidades pessoais e por tantas vozes que indicam caminhos mais fáceis. Não vos deixeis desencorajar, procurai antes o apoio da Comunidade cristã, o apoio da Igreja! Ao longo deste ano preparai-vos intensamente para o encontro de Madrid com os vossos Bispos, os vossos sacerdotes e os responsáveis da pastoral juvenil nas dioceses, nas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos. A qualidade do nosso encontro dependerá sobretudo da preparação espiritual, da oração, da escuta comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.
Amados jovens, a Igreja conta convosco! Precisa da vossa fé viva, da vossa caridade e do dinamismo da vossa esperança. A vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e confere-lhe renovado impulso. Por isso as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não só para vós, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está a preparar-se activamente para vos receber e para viver juntos a experiência jubilosa da fé. Agradeço às dioceses, às paróquias, aos santuários, às comunidades religiosas, às associações e aos movimentos eclesiais, que trabalham com generosidade na preparação deste acontecimento. O Senhor não deixará de os abençoar. A Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, ao anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu a obra que Deus estava a realizar nela. Pronunciando o seu «fiat», o seu «sim», recebeu o dom de uma caridade imensa, que a levou a doar-se totalmente a Deus. Interceda por cada um e cada uma de vós, para que na próxima Jornada Mundial possais crescer na fé e no amor. Garanto-vos a minha recordação paterna na oração e abençoo-vos de coração.
Vaticano, 6 de Agosto de 2010, Festa da Transfiguração do Senhor.
BENEDICTUS PP. XVI

2010/12/13

BENTO XVI: A FÉ SE FORTALECE PELA PALAVRA DIVINA



Queridos Irmãos e Irmãs:

O Evangelho deste domingo do Segundo Advento (Mt 3, 1-12) nsa Apresenta uma Figura de São João Batista, o qua, Segundo UMA célebre Profecia de Isaías (cf. 40, 3), retirou-SE AO deserto da Judeia e, SUA Pregação com, instou o Povo um conversor-SE n º Estar Preparado par um iminente Vinda do Messias. São Gregório Magno Comentà Que João Batista "Prega uma reta e de Fe na forma de obras boas (...) Para quê uma Força da Graça penetre, a luz resplandeça da Verdade, OS Caminhos comeu Deus se endireitem e parágrafo Que nasçam Coração Pensamentos não epidêmico honestos uma Escuta da Palavra Que Guia Rumo Bem AO "( Hom. Evangelia em , XX, 3, IAC 141, 155). O precursor de Jesus, SITUADO ENTRE A Antiga eA Nova Aliança, e Como UMA estrela Que preceder uma saida do sol, de Cristo, Isto É, d'Aquele - Segundo outra Profecia de Isaías - Sobre o quali "ha de pousar o Espírito do Senhor, o Espírito de Sabedoria e Compreensão, o Espírito de Prudencia valentia e, Espírito de temor e Conhecimento do Senhor "( Is 11,2).

Não Tempo do Advento, SOMOS NÓS also Convidados um Escutar A Voz de Deus, Que ressoa no Deserto do Mundo Por Meio dos sagradas das Escrituras, especialmente quando São pregadas com uma Força do Espírito Santo. A Fé, de Fato, se Fortalece QUANTO SE Mais Deixa ILUMINAR Pela Palavra divina, POR "Tudo - Como recorda o apóstolo nsa Paulo - O Que outr'ora FOI Escrito (...) Instrução n. Nossa, Que Pará, Constância e Pela consolação Que nsa DAO como Escrituras, sejamos Firmes nd Esperança "( Rm 15,4). O Modelo da Escuta E a Virgem Maria: "Contemplando nd Mãe de Deus UMA Vida modelada Totalmente Pela Palavra, nsa also NOS-descobrimo chamados um ENTRAR sem Mistério da Fé, Pela VEM habitar Cristo qua nd Nossa Vida. Nsa Como recorda Santo Ambrósio CADA Cristão Que CRE, in Certo Sentido, in Gera e concebe SI MESMO o Verbo de Deus "(exortação Apostólica Verbum Domini , 28).
Queridos amigos, "Nossa Salvação se Baseia in UMA Vinda" Escreveu Romano Guardini ( La notte santa. Dall'Avvento all'Epifania, Brescia 1994, p. 13). "O Salvador Veio da Liberdade de Deus (...). ASSIM, a DECISÃO da Fé Consiste (...) in acolher Aquele Que se aproxima" (p. 14). "O Redentor - acrescenta - vem um Homem CADA: SUAS Alegrias e Tristezas in, Seu in Conhecimento Claro SUAS in e Tentacoes e Dúvidas, in Tudo O Que constitui SUA Natureza e Sua Vida" (p. 15).
A Nossa Senhora, in Cujo ventre morou o Filho do Altissimo e Que nd Próxima Quarta-Feira, 8 de Dezembro, celebraremos nd solenidade da Imaculada Conceição, pedimos Que nsa sustente Neste Caminho especial, parágrafo Fé acolher com amor e com um Vinda do Senhor .

[Depois do Ângelus, Disse:]

Neste tempo do Advento, não qua Somos Convidados À Espera Nossa Alimentar do Senhor EA Acolhe-lo sem Meio de Nós, convido-vos uma TODAS Por Rezar como Situações de Violência, de intolerância, existem de Sofrimento Que nenhum Mundo, Para quê um Vinda Traga Consolo de Jesus, reconciliação e paz. Situações Difíceis NAS Penso muitas, Como OS contínuos atentados ocorridos nenhuma Iraque contra muçulmanos e cristãos, nsa embates do Egito, in Mortos Que houve feridos e, NAS vitimas de Criminosos e traficantes, Como ASSIM nenhum drama dos sequestrados da Eritreia e de OUTRAS Nacionalidades, no Deserto do Sinai. O Respeito EAo Direitos de Todos e par o Requisito uma convivência cívica. Que A Nossa Oração AO Senhor e Nossa Solidariedade possam Levar Esperança EAo Que se encontram in Sofrimento.

[Tradução: Aline Banchieri.

2010/11/17

Sexta-feira Santa

Juventude e Família Missão é uma organização internacional de Movimento Regnum Christi, formado por jovens famílias católicas, que procura trabalhar com os pastores da Igreja na Nova Evangelização da sociedade através da atividade missionária, por mandato de Cristo: " Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho "(Mc 16, 15)

Pregacao de Marcio Todeschini - Kairos em Londres

Kairos 2011Realizacao: Grupo de Amigos da Cancao Nova Londres

Canto dos Cartuxos

Canto dos Cartuxos, que é uma forma de canto gregoriano.
Cartuxos não utilizam qualquer instrumento musical que é utilizado em algumas comunidades trapistas e comunidades beneditinas. O canto gregoriano dos Cartuxos tem sua própria tradição.


PREGAÇÃO PE.RUFUS PEREIRA - O AMOR E PERSONALIDADE DE DEUS DIA 13 NOVEMBRO DE 2010

PE. RUFUS VEM FALA AQUI SOBRE O AMOR DE DEUS UMA PREGAÇÃO MARAVILHOSA TENHA VOCÊ TAMBÉM ESTAEXPERIÊNCIA

Natal no King's College (Inglaterra)

2010/11/04

PAPA CONVIDA A DEIXAR JESUS “ENTRAR NAS CONSCIÊNCIAS”

Dedica sua catequese a Santa Margarida de Oingt


O cristão deve deixar que Jesus entre em sua consciência e ilumine as sujeiras e erros que há nela. Esta é a mensagem que Santa Margarida de Oingt nos transmite ainda hoje, segundo o Papa, que dedicou a ela sua catequese.
Dentro do seu ciclo de autores cristãos medievais, que desde o começo do curso está dedicando a mulheres, o Papa apresentou hoje esta monja francesa pertencente à Cartuxa, aos milhares de peregrinos reunidos na Sala Paulo VI.
Desta autora mística de origem nobre, que viveu no século XIII, há poucos dados biográficos, mas em seus escritos espirituais ela fala do seu próprio caminho de purificação interior, até chegar a ter profundas experiências místicas.
"À primeira vista, esta figura cartusiana medieval, como toda a sua vida, seu pensamento, parecem muito distantes de nós, da nossa vida, da nossa forma de pensar e agir", reconheceu o Papa.
Mas acrescentou: "Se observarmos o essencial desta vida, veremos que também nos diz respeito e que deveria ser tão essencial também em nossa própria existência".
Margarida "concebeu o Senhor como um livro, fixou seu olhar no Senhor, considerando-O como um espelho no qual aparece também sua própria consciência. E a partir deste espelho, entrou luz em sua alma".
Para o Papa, o mérito desta mulher foi que "deixou entrar a palavra, a vida de Cristo, seu próprio ser e assim foi transformada; sua consciência foi iluminada, encontrou critérios, luz e foi purificada".
Cada dia, desde a manhã, "Margarida se dedica ao estudo deste livro. E, quando o observou bem, começa a ler o livro em sua própria consciência, que mostra as falsidades e as mentiras da sua própria vida".
E realizava isso "para fazer que cada dia sua existência estivesse marcada pela confrontação com as palavras e ações de Jesus, com o Livro da vida d'Ele".
"É precisamente disso que nós precisamos: deixar entrar as palavras, a vida, a luz de Cristo em nossa consciência, para que seja iluminada, para que compreenda o que é verdadeiro e bom e o que é mau; que seja iluminada e purificada a nossa consciência."
A sujeira, advertiu, "não está somente nas ruas do mundo. Há lixo também nas nossas consciências e nas nossas almas".
"Só a luz do Senhor, sua força e seu amor é o que nos limpa, nos purifica e nos conduz no caminho reto."
O Papa concluiu exortando os presentes a seguirem a santa "neste olhar dirigido a Jesus. Leiamos no livro da sua vida, deixemo-nos iluminar e limpar, para aprender a vida verdadeira".

BRASIL GANHA UMA NOVA BEATA NESTE SÁBADO



Madre Bárbara Maix, fundadora das Irmãs do Imaculado Coração de Maria

A fundadora da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, Bárbara Maix, será beatificada neste sábado, dia 6 de novembro, em Porto Alegre (Rio Grande do Sul - Brasil).
A cerimônia será presidida pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Dom Ângelo Amato. A missa será no Ginásio Gigantinho e terá transmissão ao vivo da TV Canção Nova a partir das 13h30.
O Vaticano havia confirmado no mês de maio a beatificação. Segundo a congregação informa em sua página na internet, as religiosas da família do Imaculado Coração de Maria vivem com “júbilo e alegria” este momento.
“Bárbara Maix viveu as Virtudes Teologais e Cardinais de forma heróica, evangélica, no mais alto grau, sendo apresentada como modelo de vida e virtudes da fé cristã para os tempos atuais”, destacam as religiosas.
Em março, Bento XVI autorizara a publicação do Decreto do milagre atribuído à intercessão da fundadora. Trata-se da cura prodigiosa de um menino, Onorino Ecker, que em julho de 1944 ficou completamente curado após sofrer queimaduras de terceiro grau quando lhe sobreveio uma panela de água fervente que estava em uma fogueira. O garoto brincava quando o acidente aconteceu.
Bárbara Maix nasceu em Viena (Áustria) no dia 27 de junho de 1818 e faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de março de 1873.
A perseguição às Ordens Religiosas movida pela revolução de 1848, que tinha como base a Revolução Francesa, fez com que Bárbara Maix e outras 21 companheiras fossem expulsas do país.
As jovens pretendiam se estabelecer na América do Norte, porém enquanto aguardavam no Porto de Hamburgo um navio que as transportasse para esse país, aportou um barco com destino ao Brasil, no que Bárbara compreendeu ser “a vontade de Deus”.
Legado Segundo Irmã Marlise Handges, diretora geral da Congregação, a beatificação é oportunidade da mais ampla divulgação do legado deixado pela fundadora.
“Será um revigoramento para toda a Congregação, levando-nos a buscar na fonte original a força dinamizadora para darmos continuidade a esta obra que, conforme Bárbara afirmou, é de Deus.”
“À medida que a Congregação foi conhecendo mais a vida da Fundadora, sua missão, seus escritos, foi percebendo que não poderia reter esta riqueza de vida apenas para si.”
“Era preciso que o seu exemplo fosse divulgado, para que outras pessoas pudessem se inspirar e perceber que a doação da vida, apesar dos sofrimentos, vale a pena e que leva à verdadeira realização”, afirmou.
Em artigo de imprensa divulgado nesta quinta-feira, o arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, afirma que a beatificação da religiosa “coroa os festejos dos 100 anos da Província Eclesiástica do Rio Grande do Sul. Mostra que a finalidade da Igreja é a santificação”.
“A obra de Bárbara Maix inscreve-se nos grandes monumentos de solidariedade de nossa região. Atua, pelas irmãs de sua Congregação, no campo da educação, da saúde, da caridade.”
“Merece nosso respeito e, por assim dizer, a entrega que lhe é conferida do título de cidadã do céu. Ela está certamente junto de Deus. Continua atuando junto de nós, especialmente junto e através das irmãs do Imaculado Coração de Maria”, afirma o arcebispo.
Beata
Até a beatificação, um longo caminho foi percorrido. Em 1993, em Porto Alegre, abriu-se o processo diocesano sobre a vida, virtudes e fama de santidade de Madre Bárbara.
Em 1997, o processo foi aberto na Congregação das Causas dos Santos. No dia 3 de julho de 2008, Bento XVI autorizou a publicação do Decreto referente às virtudes heróicas da religiosa, que a partir desse momento passou a ser Venerável na Igreja.
Já no dia 22 de abril de 2009, o Congresso dos Teólogos reconheceu por unanimidade ser milagre a cura de Onorino Ecker, obtida pela intercessão da serva de Deus.
A Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria é presença no Brasil e em mais oito países: Argentina, Estados Unidos, Paraguai, Venezuela, Moçambique, Bolívia, Itália e Haiti.
A sede geral da congregação está estabelecida em Porto Alegre, com a atuação das irmãs em todo o Rio Grande do Sul, nas áreas de educação, saúde, ação social e animação missionária.

Pio XII: documentário biográfico

Filme: Jacó - o homem que lutou com Deus



Este filme traz a história de personalidades marcantes do livro do Gênesis. Perdão, fé, luta do povo, amor fraterno e desígnios de Deus são alguns temas que você pode conferir em Jacó: O Homem que Lutou com Deus. Histórias para quem deseja caminhar com fé no dia-a-dia.

Filme: Davi e Golias - 1960



O Rei Saul, rei dos israelitas, está enfrentando uma guerra contra os filisteus sobre a posse do Arco da Aliança. Saul ouviu de seus profetas que haverá um novo rei, tomando seu lugar em seu trono. Na forma de um jovem pastor chamado Davi. Enquanto isso, Davi veio para conhecer o exército israelita para arranjar suprimentos para seu irmão e desccobre a presença de Golias, um soldado filisteu de quase três metros de altura que desafiou qualquer homem do exército israelista para uma batalha homem a homem para decidir quem ganharia a guerra.

FÁTIMA - Oração do Rosário e procissão das velas





300,000 peregrinos rezam Rosário vigília à luz de velas com o Papa Bento XVI em Portugal. Capelinha das Aparições de Fátima

Videoclipe Precisamos de Santos - João Paulo II

2010/10/23

EQUADOR: PAPA PEDE QUE SE GARANTA ENSINO RELIGIOSO NAS ESCOLAS

Ao receber o novo embaixador do país na Santa Sé

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 22 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - O Papa defendeu o direito ao ensino religioso escolar no Equador, que a lei prevê também nos colégios do Estado, assim como o respeito à identidade e autonomia das instituições educativas católicas.
Ele o fez hoje, ao receber no Vaticano o novo embaixador do Equador na Santa Sé, Luis Dositeo Latorre Tapia, por ocasião da apresentação das suas cartas credenciais.
"Os pais têm de contar com que a liberdade de educação seja promovida também nas instituições docentes estatais, para as quais a legislação continuará garantindo o ensino religioso escolar dentro da grade curricular correspondente aos fins próprios da escola enquanto tal."
Também destacou que "a autoridade pública deve garantir o direito que assiste os pais, tanto de formar seus filhos segundo suas próprias convicções religiosas e critérios éticos, como de fundar e sustentar instituições docentes".
Bento XVI recordou ao embaixador que "uma das grandes metas que vossos concidadãos se propuseram foi a de conseguir uma ampla reforma do sistema educativo".
E acrescentou que "a identidade mais profunda da escola e da universidade não se esgota na mera transmissão de dados ou informações úteis, mas responde à vontade de infundir nos alunos o amor à verdade, que os conduza àquela maturidade pessoal com que deverão exercer seu papel de protagonistas do desenvolvimento social, econômico e cultural do país".
Promoção do desenvolvimento
Em um sentido mais amplo, recordou "quantos benefícios a fé católica pode oferecer à promoção de todas aquelas iniciativas que dignificam a pessoa e aperfeiçoam a sociedade".
Também indicou que a comunidade eclesial "colabora com o esforço que as autoridades equatorianas vêm levando a cabo nestes últimos anos para redescobrir os alicerces da própria convivência democrática, fortalecer o Estado de direito e dar um novo impulso à solidariedade e à fraternidade".
E confessou que reza para "que o bem comum prevaleça sobre os interesses de partido ou classe; para que o imperativo ético seja ponto de referência obrigatório de todo cidadão; para que a riqueza seja equitativamente distribuída; e para que os sacrifícios sejam compartilhados por igual".
Pessoa: alma e corpo
Em referência à realidade do Equador, destacou sua "riqueza de raras belezas paisagísticas" e "o leque de qualidades que enfeitam os equatorianos, gente hospitaleira e empreendedora, que reconhece que não há progresso justo nem bem comum universal sem o bem espiritual e moral das pessoas, consideradas em sua totalidade de alma e corpo".
E sobre este aspecto, recordou que "a história ensina que o desconhecimento ou a tergiversação desta verdade sobre o homem é frequentemente o pórtico de injustiças e totalitarismos".
Segundo o Papa, a justiça social "não poderá se afirmar a não ser a partir do apoio e da proteção, também em termos jurídicos e econômicos, da célula original da sociedade, que não é outra senão a família estabelecida sobre a união matrimonial de um homem com uma mulher", continuou.
E acrescentou: "De fundamental transcendência também serão aqueles programas destinados a erradicar o desemprego, a violência, a impunidade, o analfabetismo e a corrupção".
Função dos pastores
Finalmente, afirmou que, "na consecução destes nobres objetivos, os pastores da Igreja são conscientes de que não devem entrar no debate político (...), mas tampouco podem nem devem permanecer neutros diante dos grandes problemas ou aspirações do ser humano, nem ser indiferentes na hora de lutar pela justiça", reconheceu.
"Com o devido respeito à pluralidade de opções legítimas - destacou -, seu papel consiste em iluminar, com o Evangelho e a Doutrina Social da Igreja, as mentes e as vontades dos fiéis, para que escolham com responsabilidade as decisões encaminhadas ‘a construção de uma sociedade mais harmônica e ordenada."

2010/10/09

Os Sete Pecados Capitais: A Soberba

Os Sete Pecados Capitais: A Gula

Os Sete Pecados Capitais: A Preguiça

Os Sete Pecados Capitais - A Inveja

Os Sete Pecados Capitais - A Avareza

Os Sete Pecados Capitais - A Luxúria

Os Sete Pecados Capitais - A Ira

A Cruz e o Punhal

MISSA TRIDENTINA - Completa

TALITA KUM

A ponte. (Emocionante) - Um dos melhores vídeos que já recebi!

BENTO XVI: A IGREJA É A JUVENTUDE DO MUNDO



Visita “ad limina” dos bispos do Rio de Janeiro

CASTEL GANDOLFO, segunda-feira, 27 de setembro de 2010 (ZENIT.org) - Publicamos, a seguir, o discurso que o Papa Bento XVI dirigiu no sábado passado aos bispos do Regional Leste 1 do Brasil, a quem recebeu na Sala do Consistório do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, por ocasião da visita ad limina apostolorum.

* * *

Venerados Irmãos no Episcopado,

Dou-vos as boas-vindas, feliz por receber-vos a todos no curso da visita ad limina Apostolorum que estais fazendo em nome e a favor das vossas dioceses do Regional Leste 1, para reforçar os laços que as unem ao Sucessor de Pedro. Disto mesmo se fez eco Dom Rafael Cifuentes nas palavras de saudação que me dirigiu em vosso nome e que lhe agradeço, muito apreciando as preces que dia a dia se elevam ao Céu por mim e pela Igreja inteira das várias comunidades familiares, paroquiais, religiosas e diocesanas das províncias eclesiásticas do Rio de Janeiro e de Niterói. Sobre todos e cada um desça, radiosa, a benevolência do Senhor: Ele «faça brilhar sobre ti a sua face, e Se compadeça de ti. O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz» (Nm 6, 25-26).
Sim, amados Irmãos, o fulgor de Deus irradie de todo o vosso ser e vida, à semelhança de Moisés (cf. Ex 34, 29.35) e mais do que ele, pois agora todos nós «refletimos a glória do Senhor e, segundo esta imagem, somos transformados, de glória em glória, pelo Espírito do Senhor» (2 Cor 3, 18). Assim o sentiam os Padres conciliares quando, no fim do Vaticano II, apresentam a Igreja nestes termos: «Rica de um longo passado sempre vivo, e caminhando para a perfeição humana no tempo e para os destinos últimos da história e da vida, ela é a verdadeira juventude do mundo. (...) Olhai-a e encontrareis nela o rosto de Cristo, o verdadeiro herói, humilde e sábio, o profeta da verdade e do amor, o companheiro e o amigo dos jovens» (Mensagem do Concílio à humanidade: Aos jovens). Deixando transparecer o rosto de Cristo, a Igreja é a juventude do mundo.
Mas será muito difícil convencer alguém disso mesmo, se não se revê nela a geração jovem de hoje. Por isso, como certamente vos destes conta, um tema habitual nos meus colóquios convosco é a situação dos jovens na respectiva diocese. Confiado na providência divina que amorosamente preside aos destinos da história não cessando de preparar os tempos futuros, apraz-me ver raiar o dia de amanhã nos jovens de hoje. Já o Venerável Papa João Paulo II, vendo Roma tornar-se «jovem com os jovens» no ano 2000, saudou-os como «as sentinelas da manhã» (Carta ap. Novo millennio ineunte, 9; cf. Homilia na Vigília de Oração da XV Jornada Mundial da Juventude, 19/VIII/2000, 6), com a tarefa de despertar os seus irmãos para se fazerem ao largo no vasto oceano do terceiro milênio. E, a comprová-lo, para além do mais aflui à memória a imagem das longas filas de jovens que esperavam para se confessar no Circo Máximo e que voltaram a dar a muitos sacerdotes a confiança no sacramento da Penitência.
Como bem sabeis, amados Pastores, o núcleo da crise espiritual do nosso tempo tem as suas raízes no obscurecimento da graça do perdão. Quando este não é reconhecido como real e eficaz, tende-se a libertar a pessoa da culpa, fazendo com que as condições para a sua possibilidade nunca se verifiquem. Mas, no seu íntimo, as pessoas assim «libertadas» sabem que isso não é verdade, que o pecado existe e que elas mesmas são pecadoras. E, embora algumas linhas da psicologia sintam grande dificuldade em admitir que, entre os sentidos de culpa, possa haver também os devidos a uma verdadeira culpa, quem for tão frio que não prove sentimentos de culpa nem sequer quando deve, procure por todos os meios recuperá-los, porque no ordenamento espiritual são necessários para a saúde da alma. De fato Jesus veio salvar, não aqueles que já se libertaram por si mesmos pensando que não têm necessidade d'Ele, mas quantos sentem que são pecadores e precisam d'Ele (cf. Lc 5, 31-32).
A verdade é que todos nós temos necessidade d'Ele, como Escultor divino que remove as incrustações de pó e lixo que se pousaram sobre a imagem de Deus inscrita em nós. Precisamos do perdão, que constitui o cerne de toda a verdadeira reforma: refazendo a pessoa no seu íntimo, torna-se também o centro da renovação da comunidade. Com efeito, se forem retirados o pó e o lixo que tornam irreconhecível em mim a imagem de Deus, torno-me verdadeiramente semelhante ao outro, que é também imagem de Deus, e sobretudo torno-me semelhante a Cristo, que é a imagem de Deus sem defeito nem limite algum, o modelo segundo o qual todos nós fomos criados. São Paulo exprime isto de modo muito concreto: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gl 2, 20). Sou arrancado ao meu isolamento e acolhido numa nova comunidade-sujeito; o meu «eu» é inserido no «eu» de Cristo e assim é unido ao de todos os meus irmãos. Somente a partir desta profundidade de renovação do indivíduo é que nasce a Igreja, nasce a comunidade que une e sustenta na vida e na morte. Ela é uma companhia na subida, na realização daquela purificação que nos torna capazes da verdadeira altura do ser homens, da companhia com Deus. À medida que se realiza a purificação, também a subida - que no princípio é árdua - vai-se tornando cada vez mais jubilosa. Esta alegria deve transparecer cada vez mais da Igreja, contagiando o mundo, porque ela é a juventude do mundo.
Venerados irmãos, uma tal obra não pode ser realizada com as nossas forças, mas são necessárias a luz e a graça que provêm do Espírito de Deus e agem no íntimo dos corações e das consciências. Que elas vos amparem a vós e às vossas dioceses na formação das mentes e dos corações. Levai a minha saudação afetuosa aos vossos jovens e respectivos animadores sacerdotais, religiosos e laicais. Ergam o olhar para a Imaculada Conceição, Nossa Senhora Aparecida, a cuja proteção vos entrego, e de coração concedo-vos, extensiva a todos os vossos fiéis diocesanos, a Bênção Apostólica.

CATEQUESE DO PAPA: CLARA DE ASSIS, ESPOSA DE CRISTO



Palavras do pontífice na audiência geral desta quarta-feira

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 15 de setembro de 2010 (ZENIT.org) – Apresentamos a seguir a catequese que o Papa Bento XVI dirigiu nesta quarta-feira aos peregrinos reunidos na Sala Paulo VI, no Vaticano, para a audiência geral.

* * *

Caros irmãos e irmãs,
uma das santas mais amadas é, sem dúvida, Santa Clara de Assis, que viveu no século XIII, contemporânea de São Francisco. Seu testemunho mostra-nos o quanto a Igreja deve a mulheres corajosas e ricas na fé como ela, capazes de dar um impulso decisivo para a renovação da Igreja.
Quem foi então Clara de Assis? Para responder a esta pergunta, temos fontes seguras, não apenas as antigas biografias, como a de Tomás de Celano, mas também os autos do processo de canonização promovido Papa já pouco depois da morte de Clara e que contêm o testemunho dos que viveram ao seu lado por muito tempo.
Nascida em 1193, Clara pertencia a uma família aristocrática e rica. Renunciou à nobreza e à riqueza para viver pobre e humilde, adotando a forma de vida que Francisco de Assis propunha. Apesar de seus pais planejarem um casamento com algum personagem de relevo, Clara, aos 18 anos, com um gesto audaz, inspirado pelo profundo desejo de seguir a Cristo e pela admiração por Francisco, deixou a casa paterna e, em companhia de uma amiga sua, Bona di Guelfuccio, uniu-se secretamente aos frades menores junto da pequena igreja da Porciúncula. Era a tarde de Domingo de Ramos de 1211. Na comoção geral, realizou-se um gesto altamente simbólico: enquanto seus companheiros tinham nas mãos tochas acesas, Francisco cortou-lhe os cabelos e Clara vestiu o hábito penitencial. A partir daquele momento, tornava-se virgem esposa de Cristo, humilde e pobre, e a Ele totalmente se consagrava. Como Clara e suas companheiras, inumeráveis mulheres no curso da história ficaram fascinadas pelo amor de Cristo que, na beleza de sua Divina Pessoa, preencheu seus corações. E a Igreja toda, através da mística vocação nupcial das virgens consagradas, demonstra aquilo que será para sempre: a Esposa bela e pura de Cristo.
Em uma das quatro cartas que Clara enviou a Santa Inês de Praga, filha do rei da Bohemia, que queria seguir seus passos, ela fala de Cristo, seu amado esposo, com expressões nupciais, que podem surpreender, mas que comovem: "Amando-o, és casta, tocando-o, serás mais pura, deixando-se possuir por ele, és virgem. Seu poder é mais forte, sua generosidade, mais elevada, seu aspecto, mais belo, o amor mais suave e toda graça. Agora tu estás acolhida em seu abraço, que ornou teu peito com pedras preciosas... e te coroou com uma coroa de ouro gravada com o selo da santidade" (Lettera prima: FF, 2862).
Sobretudo no início de sua experiência religiosa, Clara teve em Francisco de Assis não só um mestre a quem seguir os ensinamentos, mas também um amigo fraterno. A amizade entre estes dois santos constitui um aspecto muito belo e importante. Efetivamente, quando duas almas puras e inflamadas do mesmo amor por Deus se encontram, há na amizade recíproca um forte estímulo para percorrer o caminho da perfeição. A amizade é um dos sentimentos humanos mais nobres e elevados que a Graça divina purifica e transfigura. Como São Francisco e Santa Clara, outros santos vivenciaram uma profunda amizade no caminho para a perfeição cristã, como São Francisco de Sales e Santa Giovanna de Chantal. O próprio São Francisco de Sales escreve: “é belo poder amar na terra como se ama no céu, e aprender a amar-nos neste mundo como faremos eternamente no outro. Não falo aqui de simples amor de caridade, porque este devemos tê-lo todos os homens; falo do amor espiritual, no âmbito do qual, duas, três, quatro ou mais pessoas compartilham devoção, afeto espiritual e tornam-se realmente um só espírito” (Introduzione alla vita devota III, 19).
Após ter transcorrido um período de alguns meses em outras comunidades monásticas, resistindo às pressões de seus familiares que no início não aprovavam sua escolha, Clara se estabeleceu com suas primeiras companheiras na igreja de São Damião, onde os frades menores tinham preparado um pequeno convento para elas. Nesse mosteiro, viveu durante mais de quarenta anos, até sua morte, ocorrida em 1253. Chegou-nos uma descrição de primeira mão de como estas mulheres viviam naqueles anos, nos inícios do movimento franciscano. Trata-se do informe cheio de admiração de um bispo flamengo em visita à Itália, Santiago de Vitry, que afirma ter encontrado um grande número de homens e mulheres, de toda classe social, que, “deixando tudo por Cristo, escapavam ao mundo. Chamavam-se frades menores e irmãs menores e são tidos em grande consideração pelo senhor Papa e pelos cardeais... As mulheres... moram juntas em diferentes abrigos não distantes das cidades. Não recebem nada; vivem do trabalho de suas mãos. E lhes dói e preocupa profundamente que sejam honradas mais do que gostariam, por clérigos e leigos” (Carta de outubro de 1216: FF, 2205.2207).
Santiago de Vitry tinha captado com perspicácia um traço característico da espiritualidade franciscana, a que Clara foi muito sensível: a radicalidade da pobreza associada à confiança total na Providência divina. Por este motivo, ela atuou com grande determinação, obtendo do Papa Gregório IX ou, provavelmente, já do Papa Inocêncio III, o chamado Privilegium Paupertatis (cfr FF, 3279). Em base a este, Clara e suas companheiras de São Damião não podiam possuir nenhuma propriedade material. Tratava-se de uma exceção verdadeiramente extraordinária em relação ao direito canônico vigente, e as autoridades eclesiásticas daquele tempo o concederam apreciando os frutos de santidade evangélica que reconheciam na forma de viver de Clara e de suas irmãs. Isso demonstra também que nos séculos medievais, o papel das mulheres não era secundário, mas considerável. A propósito disso, é oportuno recordar que Clara foi a primeira mulher da história da Igreja que compôs uma Regra escrita, submetida à aprovação do Papa, para que o carisma de Francisco de Assis se conservasse em todas as comunidades femininas que iam se estabelecendo em grande número já em seus tempos, e que desejavam se inspirar no exemplo de Francisco e Clara.
No convento de São Damião, Clara praticou de modo heróico as virtudes que deveriam distinguir cada cristão: a humildade, o espírito de piedade e de penitência, a caridade. Ainda sendo a superiora, ela queria servir em primeira pessoa as irmãs enfermas, submetendo-se também a tarefas muito humildes: a caridade, de fato, supera toda resistência e quem ama realiza todo sacrifício com alegria. Sua fé na presença real da Eucaristia era tão grande que em duas ocasiões se comprovou um fato prodigioso. Só com a ostensão do Santíssimo Sacramento, afastou os soldados mercenários sarracenos, que estavam a ponto de agredir o convento de São Damião e de devastar a cidade de Assis.
Também esse episódio, como outros milagres, dos quais se conservava memorial, levaram o Papa Alexandre IV a canonizá-la só dois anos depois de sua morte, em 1255, traçando um elogio a ela na Bula de canonização, onde lemos: “Quão vívida é a força desta luz e quão forte é a claridade desta fonte luminosa. Na verdade, esta luz estava fechada no esconderijo da vida de clausura, e fora irradiava esplendores luminosos; recolhia-se em um pequeno monastério, e fora se expandia por todo vasto mundo. Guardava-se dentro e se difundia fora. Clara, de fato, se escondia; mas sua vida se revelava a todos. Clara calava, mas sua fama gritava” (FF, 3284). E é precisamente assim, queridos amigos: são os santos que mudam o mundo para melhor, transformam-no de forma duradoura, injetando-lhe as energias que só o amor inspirado pelo Evangelho pode suscitar. Os santos são os grandes benfeitores da humanidade!
A espiritualidade de Santa Clara, a síntese de sua proposta de santidade está recolhida na quarta carta a Santa Inês de Praga. Santa Clara utiliza uma imagem muito difundida na Idade Média, de ascendências patrísticas, o espelho. E convida sua amiga de Praga a se olhar no espelho da perfeição de toda virtude, que é o próprio Senhor. Escreve: “feliz certamente aquela a quem se lhe concede gozar desta sagrada união, para aderir com o profundo do coração [a Cristo], àquele cuja beleza admiram incessantemente todas as beatas multidões dos céus, cujo afeto apaixona, cuja contemplação restaura, cuja benignidade sacia, cuja suavidade preenche, cuja recordação resplandece suavemente, a cujo perfume os mortos voltarão à vida e cuja visão gloriosa fará bem-aventurados todos os cidadãos da Jerusalém celeste. E dado que ele é esplendor da glória, candura da luz eterna e espelho sem mancha, olhe cada dia para este espelho, ó rainha esposa de Jesus Cristo, e perscruta nele continuamente teu rosto, para que possas te adornar assim toda por dentro e por fora... neste espelho resplandecem a bem-aventurada pobreza, a santa humildade e a inefável caridade” (Quarta carta: FF, 2901-2903).
Agradecidos a Deus que nos dá os santos, que falam ao nosso coração e nos oferecem um exemplo de vida cristã a imitar, gostaria de concluir com as mesmas palavras de benção que Santa Clara compôs para suas irmãs e que ainda hoje as Clarissas, que desempenham um precioso papel na Igreja com sua oração e com sua obra, custodiam com grande devoção. São expressões das que surge toda a ternura de sua maternidade espiritual: “Bendigo-vos em minha vida e depois de minha morte, como posso e mais de quanto posso, com todas as bênçãos com as que o Pai de misericóridas abençoa e abençoará no céu e na terra seus filhos e filhas, e com as quais um pai e uma mãe espiritual abençoa e abençoará seus filhos e filhas espirituais. Amém” (FF, 2856).
[Traduzido por ZENIT. Ao final da audiência, o Papa saudou os peregrinos em diferentes idiomas. Estas foram suas palavras em português:]
Clara de Assis foi um verdadeiro clarão luminoso que brilhou na Idade Média, sendo uma das santas mais amadas pelo povo cristão. Seu profundo desejo de seguir Cristo e sua amizade fraterna e grande admiração por São Francisco de Assis a inspirou a deixar a vida aristocrática e rica da sua casa paterna para consagrar-se inteiramente a Cristo, pobre e humilde. Temos aqui um exemplo de como a amizade é um dos sentimentos humanos mais nobres e elevados, que a graça divina purifica e transfigura. Decidida a viver uma pobreza radical associada com uma confiança total na providência divina, conseguiu obter um privilégio papal para que, no seu convento de São Damião, ninguém possuísse qualquer propriedade material. Brilhou pela prática heróica da virtude da humildade, servindo a todas as irmãs com alegria, e pela sua grande fé na Eucaristia. Pela sua grande fama de santidade, foi canonizada somente dois anos após a sua morte.

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A minha saudação a todos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente para os grupos vindos do Brasil e para os fiéis da Torreira e da diocese da Guarda, em Portugal. Que a graça de Deus, pela intercessão de Santa Clara, fortaleça a vossa vida para mostrardes a todos a felicidade que é amar Jesus Cristo. De coração, dou-vos a minha Bênção, extensiva às vossas famílias e comunidades.

CATEQUESE DO PAPA: SANTA GERTRUDES A GRANDE



Intervenção na audiência geral de hoje

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 6 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.

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Queridos irmãos e irmãs:

Santa Gertrudes a Grande, sobre quem eu gostaria de vos falar hoje, leva-nos também ao mosteiro de Helfta esta semana; lá nasceram algumas das obras-primas da literatura religiosa feminina latino-germânica. A esse mundo pertence Gertrudes, uma das místicas mais famosas, única mulher da Alemanha que tem o apelativo de "a Grande", por sua estatura cultural e evangélica: com a sua vida e seu pensamento, ela incidiu de forma singular na espiritualidade cristã. É uma mulher excepcional, dotada de talentos naturais particulares e de extraordinários dons da graça, de profundíssima humildade e ardente zelo pela salvação do próximo, de íntima comunhão com Deus na contemplação e disponibilidade para socorrer os necessitados.
Em Helfta se compara, por assim dizer, sistematicamente com sua mestra, Matilde de Hackeborn, de quem falei na audiência da última quarta-feira; entra em relação com Matilde de Magdeburgo, outra mística medieval; e cresce sob o cuidado maternal, doce e exigente da abadessa Gertrudes. Destas três irmãs suas, adquire tesouros de experiência e sabedoria; e os elabora em uma síntese própria, percorrendo seu itinerário religioso com confiança ilimitada no Senhor. Expressa a riqueza da espiritualidade não somente em seu mundo monástico, mas também - e sobretudo - no mundo bíblico, litúrgico, patrístico e beneditino, com um selo personalíssimo e com grande eficácia comunicativa.

Ela nasceu em 6 de janeiro de 1256, festa da Epifania, mas não se sabe nada sobre seus pais nem sobre o lugar de nascimento. Gertrudes escreve que o próprio Senhor lhe revela o sentido desse primeiro desapego seu; afirma que o Senhor teria dito: "Eu a escolhi como minha morada e me alegro porque tudo que há de belo nela é obra minha (...). Precisamente por esta razão, afastei-a de todos os seus parentes, para que ninguém a amasse por motivo de consanguinidade e eu fosse a única razão do afeto que a move" (As revelações, I, 16, Sena, 1994, p. 76-77).
Aos 5 anos, em 1261, entrou no mosteiro, como era costume naquela época, para a formação e o estudo. Lá transcorreu toda a sua existência, da qual ela mesma indica as etapas mais significativas. Em suas memórias, recorda que o Senhor a preservou com paciência generosa e infinita misericórdia, esquecendo dos anos de sua infância, adolescência e juventude, transcorridos - escreve - "em tal cegueira de mente, que eu teria sido capaz (...) de pensar, dizer ou fazer, sem nenhum remorso, o que me desse vontade, aonde quer que fosse, se Tu não tivesses me preservado, seja com um horror inerente pelo mal e uma natural inclinação ao bem, seja com a vigilância externa dos demais. Eu teria me comportado como uma pagã (...) e isso mesmo Tu querendo que, desde a infância, desde o meu quinto ano de idade, eu habitasse no santuário abençoado da religião, para ser educada entre os teus amigos mais devotos" (Ibid., II, 23 140s).

Gertrudes foi uma estudante extraordinária, aprendeu tudo o que podia aprender das ciências do Trívio e do Quadrívio; era fascinada pelo saber e se dedicou ao estudo profano com ardor e tenacidade, conseguindo êxitos escolares muito além de toda expectativa. Se não sabemos nada sobre suas origens, ela contou muito sobre suas paixões juvenis: a literatura, a música, o canto e a arte da miniatura a cativaram. Tinha um caráter forte, decidido, imediato, impulsivo; frequentemente afirmava que era negligente; reconheceu seus defeitos, pediu humildemente perdão por eles. Com humildade, pediu conselhos e orações por sua conversão. Há características do seu temperamento e defeitos que a acompanharão até o final, até o ponto de assustar algumas pessoas, que se perguntam como é possível que o Senhor a prefira tanto.
De estudante, passou a consagrar-se totalmente a Deus na vida monástica e, durante 20 anos, não aconteceu nada de extraordinário: o estudo e a oração foram sua principal atividade. Devido aos seus dons, ela se sobressaía entre suas irmãs; era tenaz em consolidar sua cultura em campos diversos. Mas, durante o Advento de 1280, começou a sentir desgosto por tudo aquilo, percebeu sua vaidade e, em 27 de janeiro de 1281, poucos dias antes da festa da Purificação de Maria, na hora das Completas, o Senhor iluminou suas densas trevas. Com suavidade e doçura, acalmou a turbação que a angustiava, turbação que Gertrudes via como um dom de Deus "para abater essa torre de vaidade e de curiosidade que - ai de mim - ainda carregando o nome e o hábito de religiosa, fui elevando com a minha soberba, e pelo menos assim, encontrar o caminho para mostrar-me tua salvação" (Ibid., II,1, p. 87).
Ela teve a visão de um jovem que a guiava para superar o emaranhado de espinhos que oprimia sua alma, estendendo-lhe a mão. Nessa mão, Gertrudes reconheceu "a preciosa marca dessas chagas que ab-rogaram todas as atas de acusação dos nossos inimigos" (Ibid., II,1, p. 89); reconheceu Aquele que sobre a cruz nos salvou com seu sangue, Jesus.
Desde aquele momento, sua vida de comunhão com o Senhor se intensificou, sobretudo nos tempos litúrgicos mais significativos - Advento, Natal, Quaresma, Páscoa, festas de Nossa Senhora - ainda quando, doente, não podia se dirigir ao coro. É o mesmo húmus litúrgico de Matilde, sua mestra, que Gertrudes, no entanto, descreve com imagens, símbolos e termos mais simples e lineares, mais realistas, com referências mais diretas à Bíblia, aos Padres, ao mundo beneditino.

Sua biógrafa indica duas direções do que poderíamos chamar de particular "conversão" sua: nos estudos, com a passagem radical dos estudos humanistas profanos aos teológicos, e na observância monástica, com a passagem da vida que ela define como negligente à vida de oração intensa, mística, com um excepcional ardor missionário. O Senhor, que a havia escolhido desde o seio materno e que desde pequena lhe fizera participar do banquete da vida monástica, volta a chamá-la, com sua graça, "das coisas externas à vida interior; e das ocupações terrenas ao amor pelas coisas espirituais". Gertrudes compreende que esteve longe d'Ele, na região da dissimilitude, como diz Santo Agostinho: de ter-se dedicado com muita avidez aos estudos liberais, à sabedoria humana, descuidando a ciência espiritual, privando-se do gosto pela verdadeira sabedoria, agora é conduzida ao monte da contemplação, onde deixa o homem velho para revestir-se do novo. "De gramática, converte-se em teóloga, com a leitura incansável dos livros sagrados que podia ter ou obter e enchia seu coração com as mais úteis e doces sentenças da Sagrada Escritura. Tinha, por isso, sempre pronta uma palavra inspirada e de edificação para satisfazer os que iam consultá-la e, ao mesmo tempo, os textos escriturísticos mais adequados para rebater qualquer opinião errônea e fazer calar seus oponentes" (Ibid., I,1, p. 25).
Gertrudes transforma tudo isso em apostolado: dedica-se a escrever e divulgar as verdades da fé com clareza e simplicidade, graça e persuasão, servindo com amor e fidelidade a Igreja, até o ponto de ser útil e bem-vinda para os teólogos e pessoas piedosas. Desta intensa atividade sua, resta-nos pouco, também devido às circunstâncias que levaram à destruição do mosteiro de Helfta. Além do "Arauto do amor divino" e "As revelações", temos os "Exercícios Espirituais", uma joia rara da literatura mística espiritual.

Na observância religiosa, nossa santa é "uma coluna firme (...), firmíssima propugnadora da justiça e da verdade", diz sua biógrafa (Ibid., I, 1, p. 26). Com as palavras e o exemplo, suscitava nos demais grande fervor. Às orações e às penitências da regra monástica, acrescentava outras com tal devoção e abandono confiado em Deus, que provocava, em quem a encontrava, a consciência de estar na presença do Senhor. E, de fato, o próprio Deus lhe dá a entender que a chamou para ser instrumento da sua graça. Deste imenso tesouro divino, Gertrudes se sentia indigna, confessou não tê-lo protegido e valorizado. Exclamou: "Ai de mim! Se Tu tivesses me dado para lembrança tua, indigna como sou, inclusive um só fio de estopa, ele deveria ser guardado com maior respeito e reverência do que eu tive por estes teus dons!" (Ibid., II,5, p. 100). Mas, reconhecendo sua pobreza e indignidade, ela adere à vontade de Deus, "porque - afirma - aproveitei tão pouco suas graças, que não posso decidir acreditar que foram concedidas somente para mim, não podendo tua eterna sabedoria ser frustrada por alguém. Faze, portanto, ó Dador de todo bem, Tu que me concedeste gratuitamente dons tão imerecidos, que, lendo este escrito, o coração de pelo menos um dos teus amigos se comova pelo pensamento de que o zelo pelas almas te levou a deixar durante tanto tempo uma joia de valor tão inestimável em meio ao lodo abominável do meu coração" (Ibid., II,5, p. 100s).

Em particular, dois favores lhe foram mais queridos que qualquer outro, como escreveu a própria Gertrudes: "Os estigmas das tuas chagas, que imprimiste em mim como joias preciosas no coração, e a profunda e saudável ferida de amor com que o marcaste. Tu me inundaste com estes dons teus de tanta alegria que, ainda que eu tivesse de viver mil anos sem nenhum consolo, nem interior nem exterior, sua lembrança bastaria para reconfortar-me, iluminar-me, encher-me de gratidão. Quiseste também introduzir-me na inestimável intimidade da tua amizade, abrindo-me de muitas formas esse sacrário nobilíssimo da tua divindade, que é o teu Coração divino (...). A esse cúmulo de benefícios, acrescentaste o de dar-me por advogada a Santíssima Virgem Maria, tua Mãe, e de ter me recomendado frequentemente seu afeto como o mais fiel dos esposos poderia recomendar à sua própria mãe sua esposa querida" (Ibid., II, 23, p. 145).
Dirigida à comunhão sem fim, concluiu sua vida terrena no dia 17 de novembro de 1301 ou 1302, aos quase 46 anos. No sétimo Exercício, o da preparação para a morte, Santa Gertrudes escreveu: "Ó Jesus, Tu que me és imensamente querido, fica sempre comigo, para que o meu coração permaneça contigo e teu amor persevere comigo sem possibilidade de divisão, e meu trânsito seja abençoado por Ti, de maneira que meu espírito, livre dos laços da carne, possa imediatamente encontrar repouso em Ti. Amém." (Esercizi, Milão, 2006, p. 148).

Parece-me óbvio que estas não são somente coisas do passado, históricas, mas que a existência de Santa Gertrudes continua sendo uma escola de vida cristã, de reto caminho, que nos mostra que o centro de uma vida feliz, de uma vida verdadeira, é a amizade com Jesus, o Senhor. E essa amizade se aprende no amor pela Sagrada Escritura, no amor pela liturgia, na fé profunda, no amor a Maria, de forma que se conheça cada vez mais realmente o próprio Deus e, assim, a verdadeira felicidade, a meta da nossa vida.
Obrigado.

[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]

Queridos irmãos e irmãs:
Nos primeiros anos do século XIV, falecia no mosteiro de Helfta Santa Gertrudes, uma das místicas mais famosas e a única mulher da Alemanha a receber o cognome de "Grande"; com 5 anos de idade, entrara como aluna no mosteiro; e de aluna passou a monja. Mas, só aos 25 anos, teve lugar a sua «conversão»: nos estudos, com a passagem radical dos estudos humanistas profanos aos teológicos; e, na observância monástica, com a passagem de uma vida negligente a uma vida de oração intensa, mística, animada de grande ardor missionário. Então Gertrudes tivera a visão de um jovem que a guiava para fora da confusão que lhe oprimia a alma, tomando-a pela mão. Naquela mão, ela reconhece a marca daquelas preciosas chagas que aboliram todos os nossos pecados; reconhece Jesus, Aquele que na Cruz nos salvou com o seu sangue.
Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha cordial saudação para todos, em particular para os grupos do Brasil e de Portugal, da paróquia dos Milagres na Bidoeira. Este mês do Rosário incita-nos a perseverar na reza diária do terço; que, desta forma, as vossas famílias se reúnam com a Virgem Mãe, para aprender a cooperar plenamente com os desígnios de salvação que Deus tem sobre vós. Como encorajamento e penhor de graças, de coração vos dou a minha Bênção Apostólica.

BENTO XVI INCENTIVA ORAÇÃO DO TERÇO EM OUTUBRO



Ao rezar o Ângelus em Palermo

PALERMO, domingo, 3 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos a intervenção de Bento XVI antes de rezar a oração mariana do Ângelus neste domingo, em Palermo, após ter celebrado a Eucaristia junto a cerca de 200 mil peregrinos.

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Queridos irmãos e irmãs:

Neste momento de profunda comunhão com Cristo, presente e vivo no meio de nós e dentro de nós, é belíssimo, como família eclesial, dirigir-nos em oração à sua Mãe e nossa Mãe, Maria Santíssima Imaculada. Sicília está repleta de santuários marianos e deste lugar me sinto espiritualmente no centro desta "rede" de devoção, que enlaça todas as cidades e povos da ilha.
À Virgem Maria desejo oferecer todo o povo de Deus que mora nesta amada terra. Que sustente as famílias no amor e no compromisso educativo; que torne fecundos os brotos de vocações que Deus semeia amplamente nos jovens; que infunda valor nas provações, esperança nas dificuldades; que renove o impulso ao bem. Que Nossa Senhora console os doentes e todos os que sofrem e ajude as comunidades cristãs, para que ninguém nelas seja marginalizado ou sofra necessidades, mas que cada um, especialmente os mais vulneráveis, se sinta acolhido e valorizado.
Maria é o modelo da vida cristã. A Ela peço sobretudo que vos permita caminhar com decisão e alegria pelo caminho da santidade, seguindo os passos de tantas luminosas testemunhas de Cristo, filhos desta terra siciliana. Neste contexto, quero recordar que nesta manhã, em Parma, foi proclamada beata Anna Maria Adorni, que, no século XIX, foi esposa e mãe exemplar; e depois, quando ficou viúva, dedicou-se à caridade com as mulheres presas e em dificuldade, para cujo serviço fundou os institutos religiosos. A Madre Adorni, devido à sua constante oração, era chamada de "Terço Vivente". Fico feliz por destacar isso no começo do mês dedicado ao santo terço. Que a meditação diária dos mistérios de Cristo, em união com Maria, a Virgem orante, nos fortaleça na fé, na esperança e na caridade.
[Tradução: Aline Banchieri.

DISCURSO DO PAPA AOS BISPOS DOS REGIONAIS NORTE 1 E NOROESTE DO BRASIL



Durante sua visita “ad limina apostolorum”

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 4 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, o discurso que o Papa Bento XVI dirigiu hoje aos bispos dos Regionais Norte 1 e Noroeste do Brasil, a quem recebeu por ocasião da sua visita ad limina apostolorum.

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Caros Irmãos no Episcopado:
É com muita satisfação que vos dou as boas-vindas, Pastores dos Regionais Norte 1 e Noroeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por ocasião da vossa visita ad Limina Apostolorum. Agradeço a Dom Moacyr Grechi pelas suas amáveis palavras e pelos sentimentos expressos em vosso nome, ao mesmo tempo em que asseguro que vos tenho presente diariamente nas minhas orações, pedindo ao Céu que sustente e torne fecundos os esforços que fazeis - muitas vezes carecendo de meios adequados - para levar a Boa Nova de Jesus a todos os cantos da floresta amazônica, conscientes de que "Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" (1 Tim 2,4).
Deus pode realizar esta salvação por vias extraordinárias que somente Ele conhece. Entretanto, se o seu Filho veio, foi precisamente para nos revelar, pela sua palavra e pela sua vida, os caminhos ordinários da salvação; e Ele mandou-nos transmitir aos outros essa revelação, com a sua própria autoridade. Sendo assim, não podemos furtar-nos a este pensamento: os homens poderão salvar-se por outras vias, graças à misericórdia de Deus, se não lhes anunciar o Evangelho; mas poderei eu salvar-me se por negligência, medo, vergonha ou por seguir idéias falsas, deixar de o anunciar?
Por vezes deparamos com esta objeção: impor uma verdade, ainda que seja a verdade do Evangelho, impor uma via, ainda que seja a salvação, não pode ser senão uma violência à liberdade religiosa. Apraz-me transcrever a reposta pertinente e elucidativa que lhe deu o Papa Paulo VI: "É claro que seria certamente um erro impor qualquer coisa à consciência dos nossos irmãos. Mas propor a essa consciência a verdade evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o respeito pelas opções livres que essa consciência fará - e isso, sem pressões coercitivas, sem persuasões desonestas e sem aliciá-la com estímulos menos retos - longe de ser um atentado à liberdade religiosa, é uma homenagem a essa liberdade, à qual é proporcionado o escolher uma via que mesmo os não crentes reputam nobre e exaltante. (...) Esta maneira respeitosa de propor Cristo e o seu Reino, mais do que um direito, é um dever do evangelizador. E é também um direito dos homens seus irmãos receber dele o anúncio da Boa Nova da salvação" (Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 80).
"Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!" (1 Co 9,16) exclamava o Apóstolo das gentes. O desejo de anunciar o Evangelho nasce de um coração enamorado por Jesus, que anela ardentemente que mais pessoas possam receber o convite e participar no banquete das Bodas do Filho de Deus (cf. Mt 22,8-10). De fato, a missão é o desbordar da chama de amor que se inflama no coração do ser humano, que, ao abrir-se à verdade do Evangelho e deixar-se transformar por ela, passa a viver a sua vida - como dizia São Paulo - "na fé do Filho de Deus que me amou e se entregou por mim" (Gal 2,20). Conseqüentemente, o chamado à missão não é algo destinado exclusivamente a um restrito grupo de membros da Igreja, mas um imperativo dirigido a cada batizado, um elemento essencial da sua vocação. Como afirmou o Concílio Vaticano II: a "vocação cristã é, por sua própria natureza, vocação ao apostolado" (Decr. Apostolicam actuositatem, 2). Neste sentido, um dos compromissos centrais da V Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, que tive a alegria de iniciar em Aparecida, em 2007, foi o de despertar nos cristãos a consciência de discípulos e missionários, resgatando a dimensão missionária da Igreja ao convocar uma "Missão Continental".
Ao pensar nos desafios que esta proposta de renovação missionária supõe para vós, Prelados brasileiros, vem-me a mente a figura do Beato José de Anchieta. Com efeito a sua incansável e generosíssima atividade apostólica, não isenta de graves perigos, que fez com que a Palavra de Deus se propagasse tanto entre os índios quanto entre os portugueses - razão pela qual desde o momento de sua morte recebeu o epíteto de Apóstolo do Brasil - pode servir de modelo para ajudar as vossas Igrejas particulares a encontrar os caminhos para empreender a formação dos discípulos missionários no espírito da Conferência de Aparecida (cf. Documento de Aparecida, 275).
Contudo, os desafios do contexto atual poderiam conduzir a uma visão reducionista do conceito de missão. Esta não pode ser limitada a uma simples busca de novas técnicas e formas que tornem a Igreja mais atrativa e capaz de vencer a concorrência com outros grupos religiosos ou com ideologias relativistas. A Igreja não trabalha para si: está ao serviço de Jesus Cristo; existe para fazer que a Boa Nova seja acessível para todas as pessoas. A Igreja é católica justamente porque convida todo o ser humano a experimentar a nova existência em Cristo. A missão, portanto, nada mais é que a conseqüência natural da própria essência da Igreja, um serviço do ministério da união que Cristo quis operar no seu corpo crucificado.
Isso deve levar a refletir que o esmorecimento do espírito missionário talvez não se deva tanto a limitações e carências nas formas externas da ação missionária tradicional quanto ao esquecimento de que a missão deve alimentar-se de um núcleo mais profundo. Esse núcleo é a Eucaristia. Esta, como presença do amor humano-divino de Jesus Cristo, supõe continuamente o passo de Jesus aos homens que serão seus membros, que serão eles mesmos Eucaristia. Em suma, para que a Missão Continental seja realmente eficaz, esta deve partir da Eucaristia e conduzir para a Eucaristia.
Amados irmãos, ao retornardes às vossas dioceses e prelazias, peço-vos que transmitais aos vossos sacerdotes, religiosos, religiosas, seminaristas, catequistas e fiéis, a saudação afetuosa do Papa, que em todos pensa e por todos ora com grande afeto e firme esperança. À intercessão do Beato José de Anchieta, que encontrava no Sacrário o segredo da sua eficácia apostólica, confio as vossas pessoas, as vossas intenções e propósitos pastorais, para que o nome de Cristo esteja sempre presente no coração e nos lábios de cada brasileiro. Com estes sentimentos vos acompanham a minha prece e a minha Bênção Apostólica.

Brasília recebe a exposição "O Homem do Sudário"



O HOMEM DO SUDÁRIO!

No próximo dia 7 de outubro de 2010 se dará início, no Centro Comercial Gilberto Salomão (Lago Sul-Brasília, na altura da Qi 5), a exposição da réplica do Santo Sudário de Turim, com todos os estudos científicos que nos ajudarão a montar o quebra-cabeça de informações para responder à pergunta:
"Quem é o homem do sudário?".

Essa mesma exposição conta com objetos como: a reconstituição artística e o holograma 3D (em tamanho natural) da imagem do Homem do Sudário, produzido pelo cientista holandês Petrus Soons; réplicas dos flagelos, coroa de espinhos, lança e pregos produzidos em Israel, painéis, vídeos e infográficos que explicam, de forma dinâmica, o que cada estudo descobriu sobre o tema.

Juntamente com este evento, Brasília receberá a exposição com objetos como o fac-símile do Sudário produzido em Turim; a reconstituição artística do Homem do Sudário; o holograma em tamanho natural da imagem, produzido pelo cientista holandês Petrus Soons; réplicas dos flagelos, coroa de espinhos, lança e pregos produzidos em Israel. Além de contar com ilustrações de painéis, vídeos e infográficos que explicam, de forma dinâmica, o que cada estudo descobriu sobre o tema.

O Santo Sudário está guardado na catedral de Turim na Itália e reúne diversos estudos e misteriosas crenças, por causa da imagem semelhante ao rosto de Jesus Cristo impressa nele. Até o hoje, é um elemento muito estudado, envolvendo inúmeras disciplinas como arqueologia, palinologia, hematologia, medicina forense, microbiologia, história, semiótica, numismática, etc.

Estudiosos admitem existir grande coincidência entre as marcas impressas no tecido e o que os Evangelhos relatam sobre a Paixão de Cristo. A coincidência começa pelo fato de o lençol ter composição rudimentar da fibra que era produzida no antigo Egito e Síria. No tecido há diversas manchas de sangue humano do tipo AB, comum em judeus. A análise do sangue indicou uma substância cicatrizante do fígado, produzida quando o corpo é gravemente traumatizado. Através deste estudo, constataram-se também cromossomos do tipo X e Y, confirmando que seria uma pessoa do sexo masculino.

Foram descobertos também certos polens no Sudário. As espécies de plantas foram identificadas. Trata-se de plantas comuns do Vale do Jordão e Mar Morto, de lugares pedregosos ou salgados e regiões desérticas.

A análise médico-forense mostra que o homem do Sudário possuía altura entre 1,75 e 1,80 m. Com idade estimada de 37 anos de raça semítica. No lençol há marcas que indicam que o Homem do Sudário foi açoitado e os ângulos das feridas permitem deduzir que havia dois flageladores. Já na marca da cabeça, há cerca de quarenta feridas causadas por objetos pontiagudos. É fácil observar que este quadro é compatível com a cabeça de quem recebeu uma coroa de espinhos. Há também marcas de feridas nas mãos e pés, como se tivesse sido crucificado.

O grande mistério é que, apesar das marcas de sangue de feridas, o lençol não apresenta marcas de decomposição, ou seja, foi comprovado haver um cadáver, mas não há nada que demonstre que houve degeneração do corpo sob o lençol. As manchas de sangue mostram que o corpo ficou em contato com o lençol durante um período entre 30 e 40 horas. Mais um forte indício que se assemelha com o Evangelho.

Polêmico ou não, as coincidências são muitas de que o Homem do Sudário possa ter sido Jesus Cristo. Independentemente de religião e da fé, este objeto arqueológico tem imenso valor. Foi responsável por inúmeros estudos e inquietantes curiosidades. Trata-se de um lençol com valor histórico e rico para a cultura mundial.

Para Brasília, não deixa de ser uma honra receber uma exposição de tamanha importância. A vinda de O Sudário, além de trazer visibilidade para a cidade, deverá aquecer a economia local, pois serão previstas conferências de especialistas sobre o tema e a vinda de turistas de diversas partes do Brasil e América Latina.

A Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe trouxe essa exposição em parceria com o mesmo Centro Comercial Gilberto Salomão, a Arquidiocese de Brasília e o movimento Regnum Christi.

Valor da entrada: 10 reais inteira; 5 reais meia.
Local: Centro Comercial Gilberto Salomão, junto ao Pão de Açúcar.
Para mais informações ligar para: 61-3245 2688 ou acessem o site:
http://www.pnsg312sul.org.br/formacao/homen-do-sudario

Exercícios Espirituais em regime de silêncio e internato com a União Lumen Dei

Festa de Nossa Senhora Aparecida 2010





Desde 1717, quando a Imagem de Nossa Senhora da Conceição apareceu nas redes de três pescadores, às margens do Rio Paraíba, a devoção à Mãe de Deus sob o título de Virgem Aparecida é cada vez maior, expressando a grande confiança que o povo brasileiro tem na mediação maternal de Maria junto a seu filho Jesus Cristo.

Essa devoção tornou-se tão forte em todo o País que, em 8 de setembro de 1904, por ordem do Papa Pio X, a Imagem foi solenemente coroada e proclamada como Rainha do Brasil. A partir de então, a Imagem passou a usar oficialmente a coroa ofertada pela Princesa Isabel, em 1884, e o manto azul-marinho. O título foi confirmado mais tarde, em 1930, quando o Papa Pio XI proclamou a Virgem Aparecida Padroeira do Brasil. Ao longo desses anos são inúmeras as graças e milagres concedidos por Deus em favor do povo brasileiro mediante a intercessão de Maria Santíssima.

Nossa Senhora foi também escolhida para ser Padroeira de Brasília, ainda à época da construção da cidade, uma vez que a devoção à Virgem sintetiza muito bem a fé de todas as pessoas que para cá vieram. A Imagem de Nossa Senhora Aparecida chegou aqui no dia 3 de maio de 1957, após ter visitado todas as capitais brasileiras. No cinqüentenário de nossa cidade e de nossa Arquidiocese, queremos junto com Nossa Senhora Aparecida agradecer a Deus pelos imensos benefícios e, em especial, pelo XVI Congresso Eucarístico Nacional aqui realizado.

Neste 12 de outubro, a imagem de Nossa Senhora Aparecida estará exposta durante todo o dia no altar na Esplanada dos Ministérios para que os fiéis possam realizar suas orações, cumprir suas promessas e ofertar flores em honra à Virgem Santíssima.

Programação:

2 a 11 de outubro
Novenário em preparação para a Festa
Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida
12h15 – Santa Missa (segunda a sexta-feira)
13 às 15h – Adoração ao Santíssimo Sacramento (segunda a sexta-feira)

19h – Santa Missa (segunda a sexta-feira)

Dia 02 – Tema: Maria e os Jovens
Dia 04 – Tema: Bem-aventurada Virgem Maria, imagem e mãe da Igreja -
Pe. Nei Nelson
Dia 05 – Tema: Bem-aventurada Virgem Maria, templo do Senhor -
Monsenhor Marcony
Dia 06 - Bem-aventurada Virgem Maria, saúde dos enfermos - Frei Josué
Dia 07 - Bem-aventurada Virgem Maria, causa da nossa alegria
Dia 08 - Santa Maria, mãe do Senhor - Pe. Norbey
Dia 09 - Nossa Senhora e a equipe de trabalho - Monsenhor Marcony
Dia 11 - Santa Maria, Rainha e mãe de misericórdia - Pe. Cristiano e Eureka

12 de outubro (terça-feira)
Das 9 às 20h30
Esplanada dos Ministérios, no gramado em frente à Catedral

Manhã
9h – Missa das Crianças e Coroação de Nossa Senhora Aparecida
Programação especial para as crianças até as 13h



Tarde
13h – Ofício de Nossa Senhora
13h30 – Rosário Meditado e início da grande concentração popular
15h – Homenagem dos Jovens à Santa Mãe de Deus
16h30 – Preparação para a Santa Missa
16h45 – Saída do Clero da Catedral para o altar da celebração
17h – Santa Missa presidida por Dom João Braz de Aviz e concelebrada por todo o Clero da Arquidiocese
Após a Santa Missa, Solene Procissão com a imagem da Padroeira e bênçãos para os doentes, governantes e famílias
Encerramento com espetáculo de fogos de artifício
Barracas de Alimentação: Durante o dia haverá atendimento ao público em geral e aos romeiros de outras cidades.

2010/09/25

Para que servem minhas fraquezas?


Nossa meta maior sempre será retornar para Deus!
Entretanto, os caminhos desta estrada de volta revelarão sempre a pessoa que somos, nossas virtudes e fracassos. Das virtudes, gostamos até demais delas! Dos fracassos, até nos causam pânico!

Quem se aproxima um pouco mais de Deus pela oração e direção espiritual, vai entendendo aos poucos que nossas fraquezas são amigas que, se ouvidas com vigilância e humildade, nos conduzirão para uma contínua conversão.

São Pe. Pio de Pieltrecina afirma que "se Deus permite que você vacile em alguma fraqueza, não é porque o abandonou; ao contrário, Ele está o fortalecendo na humildade e na vigilância."

Por isso, não tenha medo! Suas fraquezas podem ser, hoje, suas maiores e mais importantes aliadas!

Já havia pensado assim?

Deixe seu comentário sobre esta mensagem no blog.cancaonova.com/ricardosa..

Com carinho e orações,


Seu irmão,
Ricardo Sá

É preciso conciliar tempo para trabalho e família, diz Papa



Da Redação, com agências


A sala de imprensa da Santa Sé apresentou nesta sexta-feira, 24, a carta enviada pelo Papa Bento XVI ao presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal Ennio Antonelli. Na mensagem, o Santo Padre confirmou o VII Encontro Mundial das Famílias, que será realizado entre 30 de maio e 3 de junho de 2012, em Milão, na Itália, e fez uma reflexão sobre o tema do evento: "A Família: o trabalho e a festa”.

“O trabalho e a festa - explicou Bento XVI no documento - estão intimamente relacionados com a vida das famílias, pois condicionam as escolhas, influenciam as relações entre os cônjuges e entre pais e filhos, além de influenciarem nas relações das famílias com a sociedade e a Igreja".

“Nos nossos tempos atuais – disse o Papa -, infelizmente, a organização do trabalho baseada na competição do mercado e do lucro máximo, bem como a utilização das festas como ‘válvulas de escape’ contribuem para a desagregação da estrutura familiar e para o condicionamento de um estilo de vida individualista”.

"Por isso, é necessário promover uma reflexão e um compromisso para conciliar as exigências e os tempos do trabalho com os da família, e recuperar o verdadeiro sentido da festa, especialmente do domingo, páscoa semanal, dia do Senhor e dia do homem, dia da família, da comunidade e da solidariedade".

O Papa escreve que "o próximo Encontro Mundial das Famílias é uma ocasião privilegiada para voltar a expor o trabalho e a festa na perspectiva de uma família unida e aberta à vida, bem integrada na sociedade e na Igreja, atenta contra a qualidade das relações e a economia do núcleo familiar".

Seguidamente o Santo Padre expressa seu desejo de que já no ano 2011 (no 30° aniversário da exortação apostólica ‘Familiaris consortio’ de João Paulo II), "carta magna" da pastoral familiar, comece um itinerário com iniciativas em nível paroquial, diocesano e nacional, com o fim de "destacar as experiências de trabalho e de festa em seus aspectos mais reais e positivos, com especial insistência na incidência sobre a experiência de vida concreta das famílias".

Ao final da carta, o Santo Padre assinala que o VII Encontro Mundial, como os iores, durará cinco dias e culminará no sábado a noite com a ‘Festa dos testemunhos’ e na manhã do domingo com a Missa solene. Nestas duas celebrações, que presidirei, reuniremo-nos como ‘família de famílias’".

Comentando o tema da carta, o Cardeal Antonelli se referiu aos problemas que afetam a família e advertiu que "se privatiza e se reduz a um lugar de afetos e de gratificação individual; não recebe o adequado apoio cultural, jurídico, econômico e político; sofre o oneroso condicionamento de dinâmicas desintegrantes complexas, entre as que têm uma influência significativa a organização do trabalho e o declive da festa ao "tempo livre".

Neste sentido, sublinhou que o tema do Encontro de Milão "pode supor uma importante contribuição à defesa e promoção dos valores humanos autênticos no mundo atual, começando por novos estilos de vida familiar".

Participaram também da coletiva o Bispo Jean Laffitte, Dom Carlos Simón Vázquez e o padre Gianfranco Grieco, respectivamente secretário, subsecretário e chefe de escritório do Pontifício Conselho para a Família; o Bispo Auxiliar de Milão, Dom Erminio Do Scalzi, delegado do Cardeal Arcebispo Dionigi Tettamanzi para a organização do Encontro e Davide Milani, responsável pelas comunicações sociais desta arquidiocese.

Perdão é necessário para resolver atual crise espiritual, diz Papa



Kelen Galvan
Da Redação


"O núcleo da crise espiritual do nosso tempo tem as suas raízes no obscurecimento da graça do perdão", afirmou o Papa Bento XVI neste sábado, 25, aos bispos do Rio de Janeiro em visita ad Limina a Roma.

O Santo Padre explicou que quando o perdão não é reconhecido "como real e eficaz", tende-se a libertar a pessoa do sentimento de culpa. Sendo assim, afasta-se a possibilidade para que o perdão aconteça. Mas, explicou Bento XVI, "as pessoas assim 'libertadas' sabem que isso não é verdade, que o pecado existe e que elas mesmas são pecadoras".

.: Leia o discurso na íntegra

"Embora algumas linhas da psicologia sintam grande dificuldade em admitir que, entre os sentidos de culpa, possa haver também os devidos a uma ' verdadeira culpa', quem for tão 'frio' que não prove sentimentos de culpa nem sequer quando deve, procure por todos os meios recuperá-los, porque no ordenamento espiritual são necessários para a saúde da alma. De fato Jesus veio salvar, não aqueles que já se libertaram por si mesmos pensando que não têm necessidade d’Ele, mas quantos sentem que são pecadores e precisam d’Ele (cf. Lc 5, 31-32)", destacou.

O Papa afirmou ainda que "todos nós temos necessidade" desse perdão de Deus. "Como o Escultor divino que remove as incrustações de pó e lixo que se pousaram sobre a imagem de Deus inscrita em nós. Precisamos do perdão, que constitui o cerne de toda a verdadeira reforma: refazendo a pessoa no seu íntimo, torna-se também o centro da renovação da comunidade".

"Somente a partir desta profundidade de renovação do indivíduo é que nasce a Igreja, nasce a comunidade que une e sustenta na vida e na morte", explicou Bento XVI. "Ela é uma companhia na subida, na realização daquela purificação que nos torna capazes da verdadeira altura do ser homens, da companhia com Deus. À medida que se realiza a purificação, também a subida – que ao princípio é árdua – vai-se tornando cada vez mais jubilosa. Esta alegria deve transparecer cada vez mais da Igreja, contagiando o mundo, porque ela é a juventude do mundo".

E concluiu lembrando aos bispos que "tal obra não pode ser realizada com as nossas forças, mas são necessárias a luz e a graça que provêm do Espírito de Deus e agem no íntimo dos corações e das consciências".

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Canção Nova – Cantinho da Reflexão - Já não sei viver sem teu amor




*Monsenhor Jonas Abib

Adorar é um diálogo de amor. A adoração é um dom de Deus e não um esforço nosso. O primeiro passo sempre é de Deus. É ele quem toma a iniciativa de estar conosco, de se relacionar conosco para estabelecer uma relação íntima, de amizade. Por isso, a adoração não só é um desejo do nosso coração, mas, mais do que isto, é um desejo de Deus.

Cada um de nós tem um coração de adorador que precisa ser trabalhado, desenvolvido para crescer no dom da adoração. A indisposição que às vezes você sente para adorar não é sua. Este trabalho para crescer na adoração consiste num acolhimento da graça de Deus. Sim, é um dom que Deus quer nos dar pela ação do Espírito Santo. É dom, é preciso, em primeiro lugar, acolher.

O coração de adorador não é algo que vamos comprar com os nossos esforços, mas que vamos acolher com a nossa liberdade. É um exercício, contínuo e frequente, de todos os dias. É um trato de fidelidade e sinceridade com Deus. É um desejo de também demonstrar a Ele todo o nosso amor.

Quando se luta, a indisposição vai sumindo e quando menos esperar verá que está adorando. Independentemente do tempo que a pessoa tem para adorar, aquele tempo é muito precioso e não é em vão. Deus sabe da sua indisposição e do pecado original que está em você. Ele vê seu esforço e sua luta.

É claro que você gostaria de fazer uma oração gostosa, que faça esquentar por dentro. Mas Deus viu o seu esforço e para Ele valeu. Você pode não ter percebido, mas tudo o que precisava, aconteceu. Basta ficar diante do sol para ele causar efeito em você. Mesmo que o dia esteja nublado e a todo instante uma nuvem cubra o sol, tenha certeza de que os raios ultrapassaram aquelas nuvens e atingiram você. O fato de ter ficado exposto naquele lugar fez os raios do sol atingir a sua pele.

Assim também acontece com a adoração. É isso que quer dizer adorar em espírito e verdade. Você adora a partir da sua verdade, e a sua verdade naquele dia infelizmente era estar indisposto para adorar. Você não foi falso e adorou em verdade. Por muitas vezes sentirá essa indisposição porque ela vem do pecado original, mas você sempre estará partindo da verdade, portanto, estará sempre adorando em espírito e verdade.

Seu irmão,

*Monsenhor Jonas Abib

Fundador da Comunidade Canção Nova e Presidente de Honra da Fundação João Paulo II. É autor de 48 livros, milhares de palestras em áudio e vídeo, viajando o Brasil e o mundo em encontros de evangelização. Acesse: www.padrejonas.com / http://twitter.com/padrejonasabib

MENSAGEM DO PAPA PARA A JMJ DE MADRI 2011


Texto integral em português


CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 14 de setembro de 2010 (ZENIT.org) – Apresentamos a Mensagem do Papa Bento XVI para a XXVI Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá em Madri, em agosto de 2011. O texto, difundido agora em português pela Santa Sé, fora publicado a 3 de setembro.
* * *
«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7).


Queridos amigos!
Penso com frequência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney de 2008. Lá vivemos uma grande festa da fé, durante a qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma comunhão intensa entre os participantes, que vieram de todas as partes do mundo. Aquele encontro, assim como os precedentes, deu frutos abundantes na vida de numerosos jovens e de toda a Igreja. Agora, o nosso olhar dirige-se para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madrid em Agosto de 2011. Já em 1989, poucos meses antes da histórica derrocada do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez etapa na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, num momento em que a Europa tem grande necessidade de reencontrar as suas raízes cristãs, marcamos encontro em Madrid, com o tema: «Enraizados e edificados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Por conseguinte, convido-vos para este encontro tão importante para a Igreja na Europa e para a Igreja universal. E gostaria que todos os jovens, quer os que compartilham a nossa fé em Jesus Cristo, quer todos os que hesitam, que estão na dúvida ou não crêem n’Ele, possam viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo e do seu amor por todos nós.
Na nascente das vossas maiores aspirações!
1. Em todas as épocas, também nos nossos dias, numerosos jovens sentem o desejo profundo de que as relações entre as pessoas sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de amizade autêntica, por conhecer o verdadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Certamente, recordando a minha juventude, sei que estabilidade e segurança não são as questões que ocupam mais a mente dos jovens. Sim, a procura de um posto de trabalho e com ele poder ter uma certeza é um problema grande e urgente, mas ao mesmo tempo a juventude permanece contudo a idade na qual se está em busca da vida maior. Se penso nos meus anos de então: simplesmente não nos queríamos perder na normalidade da vida burguesa. Queríamos o que é grande, novo. Queríamos encontrar a própria vida na sua vastidão e beleza. Certamente, isto dependia também da nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e durante a guerra nós fomos, por assim dizer, «aprisionados» pelo poder dominante. Por conseguinte, queríamos sair fora para entrar na amplidão das possibilidades do ser homem. Mas penso que, num certo sentido, todas as gerações sentem este impulso de ir além do habitual. Faz parte do ser jovem desejar algo mais do que a vida quotidiana regular de um emprego seguro e sentir o anseio pelo que é realmente grande. Trata-se apenas de um sonho vazio que esvaece quando nos tornamos adultos? Não, o homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti. O desejo da vida maior é um sinal do facto que foi Ele quem nos criou, de que temos a Sua «marca». Deus é vida, e por isso todas as criaturas tendem para a vida; de maneira única e especial a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira pelo amor, pela alegria e pela paz. Compreendemos então que é um contra-senso pretender eliminar Deus para fazer viver o homem! Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, a privar-se da plenitude e da alegria: «De facto, sem o Criador a criatura esvaece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 36). A cultura actual, nalgumas áreas do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um facto privado, sem qualquer relevância para a vida social. Mas o conjunto de valores que estão na base da sociedade provém do Evangelho — como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família — constata-se uma espécie de «eclipse de Deus», uma certa amnésia, ou até uma verdadeira rejeição do Cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder a própria identidade profunda.
Por este motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar o vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja! Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes, bases sólidas! E isto é particularmente verdadeiro hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir a sua vida, tornando-se assim profundamente inseguros. O relativismo difundido, segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma, nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas do momento. Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto.
Enraizados e fundados em Cristo
2. Para ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que São Paulo usa nesta sua expressão: «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Nela podemos ver três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as raízes que a alimentam; «fundado» refere-se à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral. Trata-se de imagens muito eloquentes. Antes de as comentar, deve-se observar simplesmente que no texto original as três palavras, sob o ponto de vista gramatical, estão no passivo: isto significa que é o próprio Cristo quem toma a iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os crentes.
A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a alimentam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura do nosso país, que são uma componente muito importante da nossa identidade. A Bíblia revela outra. O profeta Jeremias escreve: «Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor, a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano; continua a produzir frutos» (Jr 17, 7-8). Estender as raízes, para o profeta, significa ter confiança em Deus. D’Ele obtemos a nossa vida; sem Ele não poderíamos viver verdadeiramente. «Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está em Seu Filho» (1 Jo 5, 11). O próprio Jesus apresenta-se como nossa vida (cf. Jo 14, 6). Por isso a fé cristã não é só crer em verdades, mas é antes de tudo uma relação pessoal com Jesus Cristo, é o encontro com o Filho de Deus, que dá a toda a existência um novo dinamismo. Quando entramos em relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude. Há um momento, quando somos jovens, em que cada um de nós se pergunta: que sentido tem a minha vida, que finalidade, que orientação lhe devo dar? É uma fase fundamental, que pode perturbar o ânimo, às vezes também por muito tempo. Pensa-se no tipo de trabalho a empreender, quais relações sociais estabelecer, que afectos desenvolver... Neste contexto, penso de novo na minha juventude. De certa forma muito cedo tive a consciência de que o Senhor me queria sacerdote. Mais tarde, depois da Guerra, quando no seminário e na universidade eu estava a caminho para esta meta, tive que reconquistar esta certeza. Tive que me perguntar: é este verdadeiramente o meu caminho? É deveras esta a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de Lhe permanecer fiel e de estar totalmente disponível para Ele, ao Seu serviço? Uma decisão como esta deve ser também sofrida. Não pode ser de outra forma. Mas depois surgiu a certeza: é bem assim! Sim, o Senhor quer-me, por isso também me dará a força. Ao ouvi-Lo, ao caminhar juntamente com Ele torno-me deveras eu mesmo. Não conta a realização dos meus próprios desejos, mas a Sua vontade. Assim a vida torna-se autêntica.
Tal como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, também os fundamentos dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma casa é construída sobre os fundamentos. Na história sagrada temos numerosos exemplos de santos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro foi Abraão. O nosso pai na fé obedeceu a Deus que lhe pedia para deixar a casa paterna a fim de se encaminhar para uma terra desconhecida. «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça e foi chamado amigo de Deus» (Tg 2, 23). Estar fundados em Cristo significa responder concretamente à chamada de Deus, confiando n’Ele e pondo em prática a sua Palavra. O próprio Jesus admoesta os seus discípulos: «Porque me chamais: “Senhor, Senhor” e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46). E, recorrendo à imagem da construção da casa, acrescenta: «todo aquele que vem ter Comigo, escuta as Minhas palavras e as põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa: Cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio a inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa e não pôde abalá-la por ter sido bem construída» (Lc 6, 47-48).
Queridos amigos, construí a vossa casa sobre a rocha, como o homem que «cavou muito profundamente». Procurai também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e as derrotas. São-vos apresentadas continuamente propostas mais fáceis, mas vós mesmos vos apercebeis que se revelam enganadoras, que não vos dão serenidade e alegria. Só a Palavra de Deus nos indica o caminho autêntico, só a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que recebestes das vossas famílias e comprometei-vos a responder com responsabilidade à chamada de Deus, tornando-vos adultos na fé. Não acrediteis em quantos vos dizem que não tendes necessidade dos outros para construir a vossa vida! Ao contrário, apoiai-vos na fé dos vossos familiares, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por a ter recebido e feito vossa!
Firmes na fé
3. «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). A Carta da qual é tirado este convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade precisa dos cristãos da cidade de Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de determinadas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. O nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o tempo dos Colossenses daquela época. De facto, há uma forte corrente de pensamento laicista que pretende marginalizar Deus da vida das pessoas e da sociedade, perspectivando e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança. Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, o adoram na verdade e ouvem a sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos que ela dá. Contudo existem cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem aderir a estas chamadas, simplesmente deixaram esmorecer a sua fé, com inevitáveis consequências negativas a nível moral.
Aos irmãos contagiados por ideias alheias ao Evangelho, o apóstolo Paulo recorda o poder de Cristo morto e ressuscitado. Este mistério é o fundamento da nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, que o consideram «escândalo» (1 Cor 1, 23), mostram os seus limites diante das grandes perguntas que habitam o coração do homem. Por isso também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Nós cremos firmemente que Jesus Cristo se ofereceu na Cruz para nos doar o seu amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos pecados, obteve-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo fomos libertados do que mais entrava a nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, até os inimigos, e partilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.
Queridos amigos, muitas vezes a Cruz assusta-nos, porque parece ser a negação da vida. Na realidade, é o contrário! Ela é o «sim» de Deus ao homem, a expressão máxima do seu amor e a nascente da qual brota a vida eterna. De facto, do coração aberto de Jesus na cruz brotou esta vida divina, sempre disponível para quem aceita erguer os olhos para o Crucificado. Portanto, não posso deixar de vos convidar a aceitar a Cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Fora de Cristo morto e ressuscitado, não há salvação! Só Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino de justiça, de paz e de amor pelo qual todos aspiram.
Crer em Jesus Cristo sem o ver
4. No Evangelho é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé ao acolher o mistério da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Tomé faz parte dos Doze apóstolos; seguiu Jesus; foi testemunha directa das suas curas, dos milagres; ouviu as suas palavras; viveu a desorientação perante a sua morte. Na noite de Páscoa o Senhor apareceu aos discípulos, mas Tomé não estava presente, e quando lhe foi contado que Jesus estava vivo e se mostrou, declarou: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a mão no Seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25).
Também nós gostaríamos de poder ver Jesus, de poder falar com Ele, de sentir ainda mais forte a sua presença. Hoje para muitos, o acesso a Jesus tornou-se difícil. Circulam tantas imagens de Jesus que se fazem passar por científicas e O privam da sua grandeza, da singularidade da Sua pessoa. Portanto, durante longos anos de estudo e meditação, maturou em mim o pensamento de transmitir um pouco do meu encontro pessoal com Jesus num livro: quase para ajudar a ver, a ouvir, a tocar o Senhor, no qual Deus veio ao nosso encontro para se dar a conhecer. De facto, o próprio Jesus aparecendo de novo aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente» (Jo 20, 27). Também nós temos a possibilidade de ter um contacto sensível com Jesus, meter, por assim dizer, a mão nos sinais da sua Paixão, os sinais do seu amor: nos Sacramentos Ele torna-se particularmente próximo de nós, doa-se a nós. Queridos jovens, aprendei a «ver», a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até se fazer alimento para o nosso caminho; no Sacramento da Penitência, no qual o Senhor manifesta a sua misericórdia ao oferecer-nos sempre o seu perdão. Reconhecei e servi Jesus também nos pobres, nos doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e precisam de ajuda.
Abri e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-o mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; entrai em diálogo com Ele na oração, dai-lhe a vossa confiança: ele nunca a trairá! «Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus» (Catecismo da Igreja Católica, n. 150). Assim podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não estará unicamente fundada num sentimento religioso ou numa vaga recordação da catequese da vossa infância. Podereis conhecer Deus e viver autenticamente d’Ele, como o apóstolo Tomé, quando manifesta com força a sua fé em Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!».
Amparados pela fé da Igreja para ser testemunhas
5. Naquele momento Jesus exclama: «Porque Me viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditaram!» (Jo 20, 29). Ele pensa no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos então que a nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está ligada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas, pelo Baptismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que dá segurança à nossa fé pessoal. O credo que proclamamos na Missa dominical protege-nos precisamente do perigo de crer num Deus que não é o que Jesus nos revelou: «Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser motivado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para guiar os outros na fé» (Catecismo da Igreja Católica, n. 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela faz-nos progredir com segurança na fé, que nos dá a vida verdadeira (cf. Jo 20, 31).
Na história da Igreja, os santos e os mártires hauriram da Cruz gloriosa de Cristo a força para serem fiéis a Deus até à doação de si mesmos; na fé encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar qualquer adversidade. De facto, como diz o apóstolo João, «Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?» (1 Jo 5, 5). E a vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se exprime na caridade; foram artífices de paz, promotores de justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se nos vários âmbitos da vida social, com competência e profissionalidade, contribuindo de modo eficaz para o bem de todos. A caridade que brota da fé levou-os a dar um testemunho muito concreto, nas acções e nas palavras: Cristo não é um bem só para nós próprios, é o bem mais precioso que temos para partilhar com os outros. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã em todo o mundo: são muitos os que desejam receber esta esperança! Diante do sepulcro do amigo Lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de o chamar de novo à vida, disse à sua irmã Marta: «Se acreditasses, verias a glória de Deus» (cf. Jo 11, 40). Também vós, se acreditardes, se souberdes viver e testemunhar a vossa fé todos os dias, tornar-vos-eis instrumentos para fazer reencontrar a outros jovens como vós o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo!
Rumo à Jornada Mundial de Madrid
6. Queridos amigos, renovo-vos o convite a ir à Jornada Mundial da Juventude a Madrid. É com profunda alegria que espero cada um de vós pessoalmente: Cristo quer tornar-vos firmes na fé através a Igreja. A opção de crer em Cristo e de O seguir não é fácil; é dificultada pelas nossas infidelidades pessoais e por tantas vozes que indicam caminhos mais fáceis. Não vos deixeis desencorajar, procurai antes o apoio da Comunidade cristã, o apoio da Igreja! Ao longo deste ano preparai-vos intensamente para o encontro de Madrid com os vossos Bispos, os vossos sacerdotes e os responsáveis da pastoral juvenil nas dioceses, nas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos. A qualidade do nosso encontro dependerá sobretudo da preparação espiritual, da oração, da escuta comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.
Amados jovens, a Igreja conta convosco! Precisa da vossa fé viva, da vossa caridade e do dinamismo da vossa esperança. A vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e confere-lhe renovado impulso. Por isso as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não só para vós, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está a preparar-se activamente para vos receber e para viver juntos a experiência jubilosa da fé. Agradeço às dioceses, às paróquias, aos santuários, às comunidades religiosas, às associações e aos movimentos eclesiais, que trabalham com generosidade na preparação deste acontecimento. O Senhor não deixará de os abençoar. A Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, ao anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu a obra que Deus estava a realizar nela. Pronunciando o seu «fiat», o seu «sim», recebeu o dom de uma caridade imensa, que a levou a doar-se totalmente a Deus. Interceda por cada um e cada uma de vós, para que na próxima Jornada Mundial possais crescer na fé e no amor. Garanto-vos a minha recordação paterna na oração e abençoo-vos de coração.
Vaticano, 6 de Agosto de 2010, Festa da Transfiguração do Senhor.
BENEDICTUS PP. XVI